Paulo Portas Defende Que o País Precisa de Estabilidade

Paulo Portas Defende Que o País Precisa de Estabilidade

O antigo vice-primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, afirmou esta quinta-feira (27), em Maputo, que Moçambique deve privilegiar a estabilidade política e a segurança jurídica como condições essenciais para captar investimento estrangeiro, advertindo que os investidores “fogem a sete pés” da instabilidade. Portas falava durante uma conferência económica integrada nas celebrações dos 30 anos do Millennium bim, um dos principais bancos comerciais do País. Na ocasião, sublinhou que a estabilidade é uma das “duas condições essenciais” para garantir a confiança dos investidores internacionais. “Os investidores fogem a sete pés de instabilidade, portanto, protejam, com diálogo e compromisso, a estabilidade política”, apelou o antigo governante, que também chefiou a diplomacia portuguesa como ministro dos Negócios Estrangeiros.advertisement A segunda condição, prosseguiu, passa pela segurança jurídica, que considera fundamental para a previsibilidade das decisões, protecção dos contratos e eficácia das instituições. Durante a sua intervenção, Portas destacou o papel crescente que África — e em particular Moçambique — pode desempenhar na nova ordem económica global. “África tem duas das coisas que o mundo mais vai precisar nos próximos tempos: energia e capacidade de fornecimento alimentar”, observou. Segundo o político português, o continente africano reúne condições naturais e demográficas para se afirmar como fornecedor estratégico de alimentos num mundo em crescimento populacional acelerado. “Vai ser preciso fornecedores de alimentos, e não vejo grandes fornecedores que não sejam África, Brasil e Austrália. O resto ou tem gelo ou não tem superfícies sustentáveis”, apontou. Portas reconheceu ainda que Moçambique possui uma riqueza natural significativa, não só em combustíveis fósseis, mas também no campo das energias renováveis. “Para além da sua abundância em energia tradicional, África é riquíssima em energias renováveis”, afirmou, acrescentando que o continente se tornou “uma lição de juventude” para o mundo. A conferência decorreu num momento em que o sector financeiro moçambicano procura consolidar a sua modernização e melhorar os índices de inclusão, num contexto regional marcado por desafios económicos e geopolíticos. Sobre o evento A “Visão M – Conferência Económica do Millennium bim” celebrou os 30 anos de actividade do banco, reunindo decisores públicos e privados para discutir o futuro económico do País. O evento contou com a presença do Presidente da República, Daniel Chapo, líderes de instituições bancárias e representantes internacionais, reafirmando a centralidade do Millennium bim no sistema financeiro moçambicano. O encontro abordou temas como diversificação económica, inclusão financeira e transformação digital, destacando a importância da colaboração entre a banca tradicional, as fintechs e o Governo para modernizar os serviços financeiros e estimular o desenvolvimento sustentável de Moçambique. O Millennium bim, maioritariamente controlado pelo BCP África (66,69%), registou uma queda de 48,3% nos lucros no primeiro semestre de 2025, caindo de 3,2 mil milhões de meticais (49,5 milhões de dólares) em 2024, para 1,7 mil milhões de meticais (25,6 milhões de dólares). Apesar da redução, o banco continua a desempenhar um papel fundamental no sector financeiro moçambicano. Texto: Felisberto Rucoa dvertisement

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