Moçambique Adere à Campanha “Coração Azul” Contra o Tráfico

Moçambique Adere à Campanha "Coração Azul" Contra o Tráfico

Moçambique tornou-se o 46.º país do mundo e o 15.º em África a aderir à Campanha Coração Azul, uma iniciativa global do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) que mobiliza Governos, sector privado e sociedade civil para prevenir e combater o tráfico de pessoas. Segundo o comunicado do UNODC, a adesão foi formalizada na quarta-feira, 30 de Julho, Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, pelo ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Mateus Saíze, e pelo chefe do Escritório da UNODC em Moçambique, Antonio De Vivo. O acto contou também com a presença da vice-procuradora-geral da República, Amabélia Chuquela, e do representante da Embaixada da Noruega, Øystein Evenstad, país que apoia tecnicamente o combate ao tráfico em Moçambique. “Que o Coração Azul, que a partir de hoje brilha em Moçambique, seja um símbolo de esperança, protecção e justiça para todos”, declarou o ministro, sublinhando que, com esta adesão, o Executivo reitera o compromisso institucional ao mais alto nível, assumindo perante a comunidade nacional e internacional a determinação em prevenir, combater e erradicar todas as formas de exploração humana. Por seu turno, Antonio De Vivo, da UNODC, considerou a data “particularmente especial para Moçambique”, saudando o marco alcançado com a adesão do País à campanha. País intensificou as acções de sensibilização para combater o tráfico de pessoas De acordo com o Relatório Global da UNODC sobre o Tráfico de Pessoas 2024, 74% dos casos detectados envolvem redes de crime organizado. O documento destaca o aumento do trabalho forçado, que já representa 42% das vítimas, e o crescimento do tráfico para criminalidade forçada, que passou de 1% há uma década para 8% actualmente. A organização alerta ainda para o uso de tecnologias e plataformas digitais pelos traficantes, através de ofertas de emprego falsas ou aplicações de encontros. No País, o risco de tráfico agrava-se em contextos de desastres naturais e conflitos armados, que criam condições de vulnerabilidade aproveitadas por redes criminosas. Em Julho de 2025, Moçambique intensificou as acções de sensibilização, através do Grupo de Referência Nacional sobre o Tráfico de Pessoas, com apoio da UNODC. A campanha decorreu em várias escolas secundárias e terminais rodoviários, com palestras e distribuição de informação sobre sinais de alerta. Teve também lugar uma feira jurídica em Maputo, onde cidadãos tiveram acesso a assistência legal. O Ministério do Transporte e Logística, representado por Joelma Dade, participou nas acções de sensibilização, sublinhando que a ausência de documentos de identificação pode ser sinal de controlo por parte de traficantes.advertisement

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