Governo Contabiliza 87 Escolas Encerradas Perante Novos
advertisement O Governo ao nível da província de Cabo Delgado, região Norte de Moçambique, revelou que 87 escolas permanecem encerradas devido aos recentes ataques de grupos extremistas no distrito de Chiúre. Dados preliminares indicam que foram afectados mais de 48 mil alunos e 490 professores. De acordo com Rachid Suále, chefe do Departamento Pedagógico na Direcção Provincial da Educação em Cabo Delgado, as autoridades competentes estão a efectuar o mapeamento do número exacto de crianças que perderam as avaliações trimestrais. “Neste momento decorre também o rastreio das crianças que não podem realizar as avaliações, devido à sua localização. Assim que o trabalho estiver concluído, pretendemos submetê-las a provas específicas, para não perderem o ano lectivo”, sublinhou. Esta semana, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) fez saber que já há mais de 57 mil deslocados desde o dia 20 de Julho, após o recrudescimento de ataques de extremistas, em alguns distritos da província. “A escalada de ataques e o crescente medo da violência por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre levaram ao deslocamento de 57 034 indivíduos, num total de 13 343 famílias”, descreveu a entidade por meio de um relatório com dados de 20 de Julho a 3 de Agosto. Segundo o documento divulgado pela Lusa, em termos concretos, os números incluem 490 mulheres grávidas, 1077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças, sendo que as pessoas “chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direcção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.” Desde Outubro de 2017, Cabo Delgado – província rica em recursos naturais, nomeadamente gás – tem sido palco de uma insurgência armada que já provocou milhares de mortos e originou uma crise humanitária com mais de um milhão de deslocados internos. Em Abril, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Reserva do Niassa e no Centro Ambiental de Mariri, no distrito de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma aeronave do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas, e levaram à deslocação de mais de dois mil indivíduos, dos quais 55% crianças.advertisement
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