Crescimento da Actividade Empresarial, Possível Reajuste

Crescimento da Actividade Empresarial, Possível Reajuste

advertisemen tA semana económica em Moçambique foi marcada por assuntos pontuais e de interesse social, a começar pelo anúncio da melhoria da “saúde” das empresas em Julho, após sucessivos períodos de prejuízos que, em parte, foram influenciados pelas manifestações gerais que acontecem no País e pela escassez de divisas no mercado. Os dados constantes do Purchasing Managers Index™ (PMI) do Standard Bank ilustram que a actividade empresarial no País registou, no mês passado, o maior crescimento dos últimos dois anos, com o emprego também a aumentar pelo segundo mês consecutivo. De acordo com um documento divulgado, o índice subiu de 49,1 em Junho para 50,7 em Julho. O estudo descreveu que “as condições das empresas em Moçambique melhoraram em Julho pela primeira vez em três meses, com a actividade a expandir-se fortemente em resposta aos níveis mais elevados de novos negócios, sendo a taxa de crescimento mais acentuada dos últimos dois anos.” “O índice assinalou uma ligeira melhoria da saúde da economia do sector privado. As empresas no País registaram um aumento das vendas no início do terceiro trimestre, uma vez que as condições da procura melhoraram em relação ao mês de Junho”, aponta o Standard Bank. “A produção aumentou em todos os outros sectores, com excepção do comércio a grosso e a retalho, em que a actividade total se manteve estável. O acréscimo das vendas levou a uma subida dos níveis de emprego no sector privado em Julho. O aumento da capacidade de mão-de-obra ajudou as empresas a alcançar uma maior redução dos seus atrasos”, evidenciou. Os indicadores acima de 50 apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, ao passo que indicadores abaixo desse valor mostram uma deterioração. Sindicato dos trabalhadores aguarda aumentos salariais este ano Por sua vez, a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos – Central Sindical (OTM-CS) manifestou a expectativa de que 2025 traga reajustes salariais, embora reconheça as dificuldades que muitas empresas enfrentam na sequência das manifestações pós-eleitorais que abalaram a economia nacional. A questão será tratada caso a caso na mesa de negociações, no âmbito da Comissão Consultiva do Trabalho (CCT), cujas sessões recomeçaram esta semana em Maputo. “O que pode agradar a qualquer um de nós é ter um salário melhor que possa sustentar a sua família. Certamente que estamos conscientes da existência de dificuldades em todos os sectores. Tudo faremos para minimizar essas dificuldades da parte dos trabalhadores”, afirmou Damião Simango, representante da OTM-CS, durante a abertura da II plenária da CCT. O responsável destacou que o debate sobre o reajuste dos salários, que havia sido adiado em Maio face à instabilidade económica, está agora agendado para o mês de Agosto, acrescentando que o processo negocial será feito com base nas possibilidades reais de cada sector, considerando que muitas empresas se encontram em fase de reconstrução. De acordo com um estudo da OTM-CS, “o salário mínimo necessário para cobrir as necessidades fundamentais de uma família situa-se actualmente nos 42 mil meticais (659 dólares), o que representa um aumento de 6% face aos 40 mil meticais (628 dólares) estimados em 2024”. A Central Sindical defende que os trabalhadores não devem continuar a suportar sozinhos o peso da crise económica, e que a actualização do salário mínimo é uma questão de “justiça social.” O último aumento do salário mínimo no País entrou em vigor a 1 de Abril de 2024 e variou entre 3% e 10,53%, conforme os sectores. As actualizações abrangeram oito áreas distintas da economia, com os novos valores a serem propostos pela Comissão Consultiva do Trabalho e aprovados posteriormente pelo Conselho de Ministros. Entre os exemplos, o sector da pesca passou a ter um salário mínimo de 4941 meticais (77 dólares), enquanto na agricultura, pecuária, caça e silvicultura subiu para 6338 meticais (cerca de 99 dólares). No sector industrial e semi-industrial, o novo valor foi fixado em 6531 meticais (102 dólares). No caso da indústria extractiva de grandes empresas, o salário mínimo subiu para 14 183 meticais (222 dólares), enquanto nas microfinanças foi ajustado para 15 741 meticais (246 dólares). Surto de Mpox e possível activação do “alerta máximo” Moçambique enfrenta actualmente um surto activo de Mpox. Nos últimos dias, os casos têm aumentado, registando-se 31 doentes distribuídos entre as províncias de Niassa, Manica e Maputo. Neste sentido, o director Nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes, afirmou que o País poderá eventualmente activar um “alerta máximo” face à propagação da doença, apelando a que se evite o pânico e a desinformação. “O número de casos vai tender a aumentar, e vai ser natural a activação de um alerta máximo. Por agora, estamos a conseguir testar todos os casos suspeitos e a maioria são negativos. O País está preparado para lidar com a doença, visto que todas as províncias têm capacidade para isolar casos positivos, havendo necessidade”, referiu o responsável. Segundo pesquisas, o aumento dos casos positivos de Mpox pode desencadear uma crise económica em África, especialmente em Moçambique, pois além dos danos directos à saúde, os impactos estendem-se à estabilidade fiscal, produção, turismo e à vida das famílias mais vulneráveis. A escassez de recursos, a logística precária e as desigualdades já existentes podem agravar ainda mais o cenário. A Mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo. No actual surto, na África Austral, desde 1 de Janeiro que já foram notificados 77 458 casos da doença, em 22 países, com 501 óbitos. Em Moçambique, o primeiro caso foi notificado em Outubro de 2022, com um doente em Maputo. Texto: Cleusia Chirindzaa dvertisement

Publicar comentário