“+Emprego II Aposta na Personalização e Inclusão Nesta Nova

“+Emprego II Aposta na Personalização e Inclusão Nesta Nova

advertisemen tA segunda fase do projecto +Emprego, financiado pela União Europeia e pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, foi lançada esta quinta-feira, 27 de Novembro, marcando o início de uma etapa que pretende reforçar a capacitação dos jovens, ampliar parcerias e expandir intervenções para a província de Nampula. A coordenadora do projecto, Cristina Paulo, explicou ao Diário Económico que esta nova fase “foi desenhada com base nas lições extraídas da implementação anterior, desenvolvida entre 2020 e 2024 em Cabo Delgado.” Segundo Cristina Paulo, a experiência acumulada tornou clara a importância de alinhar todas as actividades com as prioridades definidas pelo Governo. “É necessário que estes projectos estejam efectivamente alinhados com aquilo que o Governo considera importante”, afirmou, sublinhando que esse alinhamento permite maior coerência com as estratégias nacionais de formação profissional e emprego. Outra lição central resultou da própria experiência de trabalho directo com jovens. “Não podemos pensar que todos os jovens são iguais. Cada um tem a sua história, as suas ambições e os seus sonhos”, disse, reforçando que a abordagem continuará a ser personalizada. O projecto actua desde a orientação vocacional até à formação, estágios, apoio ao emprego por conta de outrem e estímulo ao auto-emprego, seguindo percursos adaptados a cada beneficiário. Cristina Paulo destacou igualmente o papel das parcerias estratégicas, que considera estruturantes para o sucesso. “São os parceiros que fazem o diagnóstico das necessidades locais e definem as prioridades. São eles que dão corpo ao projecto”, explicou, lembrando que o +Emprego funciona com base na apropriação e corresponsabilidade entre instituições nacionais e portuguesas. A expansão para Nampula foi proposta pelos parceiros locais, tendo em conta factores como a proximidade a Cabo Delgado, o potencial de intercâmbio e a chegada de deslocados devido à insurgência. “Criou-se aqui uma preocupação adicional: a necessidade de encontrar soluções também para os deslocados de Cabo Delgado que hoje vivem em Nampula”, referiu. “É necessário que estes projectos estejam efectivamente alinhados com aquilo que o País acha e que o Governo considera importante.” Na relação com o sector privado, a coordenadora admite que ainda é cedo para avaliar o nível de adesão à nova fase, mas avança que diversas empresas que colaboraram anteriormente já manifestaram interesse em continuar. O projecto aposta em sectores como transporte e logística, impulsionados pelo corredor de Nacala, e a transição energética, nomeadamente as energias renováveis ​​e fotovoltaicas. “Moçambique está preparado para dar um salto nesta área, e vamos ter uma componente forte de qualificação de jovens em energias renováveis”, adiantou. A segunda fase do projecto, segundo contou, vai reforçar a construção de um “ecossistema de emprego”, envolvendo formações longas e curtas, especializações técnicas, criação de negócios e apoio à contratação. A inclusão permanece uma prioridade. “Temos um aumento das bolsas para mulheres e damos prioridade aos seus projectos nos concursos de ideias de negócio”, disse Cristina Paulo, lembrando que a mobilização feminina foi mais difícil em Cabo Delgado devido ao contexto de insegurança, mas antecipa melhores condições em Nampula. Quanto às pessoas com deficiência, a responsável pelo projecto disse tratar-se de um grupo-alvo novo nesta fase, beneficiando da experiência do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Portugal e do centro especializado. “Vamos apostar na formação de formadores, na adaptação dos centros de emprego, nas acessibilidades e em apoios específicos para estágios de jovens com deficiência”, explicou. O financiamento duplicou para esta segunda fase e as metas formais definidas no acordo com a União Europeia abrangem 1500 jovens, 300 técnicos e formadores e 200 PME. A expectativa, porém, é superar esses números, tal como ocorreu na fase anterior, que ultrapassou a meta inicial de 800 jovens para alcançar 1300. “Aqui acreditamos que vamos também superar. O dinamismo económico de Nampula permite-nos mobilizar mais empresas e atingir a meta mais ambiciosa: envolver 200 PME no esforço de empregar jovens”, afirmou. Com intervenções agora em duas províncias e um foco reforçado na inclusão, capacitação técnica e ligação ao sector privado, o +Emprego II começa sob expectativas elevadas. “O que pretendemos é aumentar o número de micro, pequenas e médias empresas que queiram associar-se a nós neste esforço colectivo de criar oportunidades para os jovens de Nampula e Cabo Delgado”, concluiu Cristina Paulo. O projecto +Emprego II nasce da parceria da União Europeia com o Camões, IP e da necessidade de proporcionar aos jovens de Cabo Delgado e de Nampula o acesso a oportunidades criadas por projectos de investimento, pelo auto-emprego, sobretudo em áreas emergentes como a transição digital, os transportes e a logística. A iniciativa representa um sinal claro do compromisso europeu com o reforço do emprego e trabalho digno para os jovens moçambicanos e com a estabilidade socioeconómica das duas províncias. Com uma duração de quatro anos, o +Emprego II tem um orçamento total de 8,5 milhões de euros, 6,5 milhões financiados pela União Europeia e 2 milhões pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. Texto: Nário Sixpene, em Nampulaa dvertisement

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