“Taxa de Juro de Referência Desce Para 17,20% em Agosto” •

“Taxa de Juro de Referência Desce Para 17,20% em Agosto” •

A taxa de juro de referência para o crédito bancário no País, conhecida como ‘prime rate’, vai baixar 0,20 pontos percentuais a partir de Agosto, fixando-se em 17,20%, anunciou esta quarta-feira, 30 de Julho, a Associação Moçambicana de Bancos (AMB), citada pela agência Lusa. Esta é a terceira redução consecutiva registada desde Junho, num ciclo de cortes que tem vindo a acontecer desde 2024. A taxa estava fixada em 17,40% desde Julho, após uma descida de 0,60 pontos percentuais, e permaneceu inalterada em 18% no mês de Junho, sendo que em Abril esteve nos 18,5%. Em Março, a AMB já havia efectuado um corte de 0,5 pontos, após manter a taxa em 19% em Fevereiro. As variações da ‘prime rate’ estão directamente ligadas à taxa de juro de política monetária, conhecida como taxa MIMO, determinada pelo Banco de Moçambique (BdM). Esta taxa serve de base para o cálculo da ‘prime rate’ e constitui um dos principais instrumentos de controlo da inflação. No dia 30 de Maio, o Comité de Política Monetária (CPMO) do banco central decidiu uma nova descida da taxa MIMO em 0,75 pontos percentuais, fixando-a em 11%. Segundo explicou, na altura, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, esta decisão reflecte “a consolidação das perspectivas de inflação em um dígito no médio prazo”, ainda que persistam riscos e incertezas no contexto interno. “A tendência favorável dos preços internacionais de bens e serviços contribui para esta decisão, apesar da manutenção, a nível doméstico, de elevados riscos associados às projecções”, disse o responsável, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo. “Trata-se da terceira redução consecutiva registada desde Junho, num ciclo de cortes que vem ocorrendo desde 2024“ O BdM tem vindo a implementar uma trajectória de cortes sucessivos desde Janeiro de 2024, alinhada com o objectivo de estabilizar os indicadores macro-económicos. A taxa directora esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, tendo começado a ser reduzida no dia 31 de Janeiro de 2024, para 16,5%. Seguiram-se cortes mensais até se atingir os actuais 11%. “A única coisa que podemos dizer neste momento é que estamos em linha com a trajectória definida — 24 a 36 meses. Pode acontecer antes ou não”, afirmou Rogério Zandamela, ao ser questionado sobre a possibilidade de a taxa atingir um dígito ainda este ano. De acordo com o governador, o CPMO continuará a seguir a estratégia de normalização da taxa MIMO a médio prazo. “O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas de inflação, bem como da avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projecções”, sublinhou. A descida gradual da ‘prime rate’ poderá representar um alívio para o acesso ao crédito no País, especialmente num contexto em que a taxa de juro havia atingido picos de 24,1% em 2023, tornando o financiamento bancário menos acessível para empresas e famílias.

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