Banco de Moçambique prevê “recuperação” da atividade

“No que se refere às nossas perspetivas económicas para 2026 e médio prazo, antevemos uma recuperação gradual da atividade económica, sustentada pela implementação de projetos estruturantes em áreas estratégicas e pela melhoria das condições internas de produção”, disse o governador do banco central. Ao intervir na abertura do 50.º conselho consultivo do Banco de Moçambique, que decorre na cidade de Pemba, Cabo Delgado, Zandamela acrescentou a previsão de o saldo das reservas internacionais permanecerem “em níveis confortáveis” durante o ano de 2026. “As projeções da inflação apontam para a manutenção de níveis de um dígito no curto e médio prazo. Persistem, contudo, desafios relevantes. A nível interno, destaca-se o contínuo agravamento do risco fiscal, o ambiente de negócios desafiante, os choques climáticos e a necessidade de reformas estruturais profundas”, alertou o governador. Acrescentou que “no ambiente externo”, é de sublinhar “a desaceleração da atividade económica global, a persistência da inflação e elevados níveis de incerteza”. A economia moçambicana registou contrações homólogas no último trimestre de 2024 (-4,9%), no primeiro trimestre de 2025 (-3,9%) e no segundo trimestre (-0,9%), afetada pela agitação social do período que se seguiu às eleições gerais de 09 de outubro. O Governo moçambicano prevê um crescimento económico de 3,2% em 2026, segundo a proposta orçamental entregue no parlamento, elevando o Produto Interno Bruto (PIB) a 1,665 biliões de meticais (22,3 mil milhões de euros). Segundo a proposta de Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026, este crescimento económico segue-se aos 2,9% inicialmente previstos para este ano e 2,2% em 2024, em ambos os casos influenciados pelas consequências da agitação pós-eleitoral após outubro passado, que se seguem aos 5% em 2023. Para este ano, o Governo prevê um PIB nominal de 1,544 biliões de meticais (20,7 mil milhões de euros), enquanto em 2024 foi de 1,453 biliões de meticais (19,5 mil milhões de euros). Ainda nos pressupostos macroeconómicos do PESOE para 2026, o Governo prevê uma taxa de inflação anual de 3,7%, contra 7% esperada para este ano, 3,2% em 2024 e 7,1% em 2023, com as Reservas Internacionais Líquidas a cobrirem no próximo ano 4,4 meses das necessidades de importações estimadas, face aos 4,7 meses este ano e cinco meses em 2024. A proposta orçamental aponta o objetivo de crescimento das exportações de 8.231 milhões de dólares (7.063 milhões de euros) este ano para 8.436 milhões de dólares (7.239 milhões de euros) em 2026, abaixo do volume de importações, que devem crescer no mesmo período de 9.254 milhões de dólares (7.940 milhões de euros) para 9.549 milhões de dólares (8.194 milhões de euros). Leia Também: Governo quer 270 mil emigrantes a investir remessas em Moçambique



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