Reclamações Contra Bancos Cresceram 62% e Devoluções

Reclamações Contra Bancos Cresceram 62% e Devoluções

O Banco de Moçambique (BdM) revelou que, em 2024, as reclamações apresentadas por clientes contra bancos comerciais e microbancos registaram um crescimento de 62%, totalizando 1809 casos, um aumento significativo face ao ano anterior. Esta tendência foi acompanhada por um valor recorde de devoluções de 1,4 mil milhões de meticais (18,7 milhões de dólares) que foram restituídos aos clientes na sequência de acções sancionatórias, incluindo inspecções e tratamento de queixas. De acordo com o relatório anual da instituição, este aumento das reclamações reflecte, por um lado, uma maior consciência dos direitos e deveres dos consumidores, impulsionada pelo programa de educação financeira do BdM, que, em 2024, abrangeu cerca de 13 600 pessoas.advertisement O documento sublinha que os temas mais abordados nestas acções formativas foram o crédito responsável, a gestão de orçamento, poupança, direitos e deveres do consumidor financeiro, segurança e prevenção de fraudes. A análise do BdM mostra que as operações com caixas ATM ultrapassaram o crédito como o produto mais reclamado em 2024. As queixas relativas a caixas automáticas passaram de 230 para 860 num único ano, enquanto as reclamações sobre crédito perderam protagonismo entre as preocupações dos clientes. Segundo a mesma fonte, a “acção inspectiva” e o “tratamento de reclamações” resultaram na devolução aos consumidores financeiros de cerca de 1,4 mil milhões de meticais (18,7 milhões de dólares), principalmente devido a cobranças indevidas aplicadas a agentes económicos com terminais POS e a comissões e encargos injustificados, que representaram, respectivamente, 51% e 21% do montante total devolvido. Em paralelo, o banco central aplicou sanções à banca no valor de 100 milhões de meticais (1,5 milhões de dólares) por violação de normas prudenciais e de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Actualmente, operam em Moçambique 15 bancos comerciais, 12 microbancos, cooperativas de crédito e diversas organizações de poupança e crédito, num sector financeiro cada vez mais atento à fiscalização e aos direitos dos consumidores. Fonte: Lusa

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