“Reservas Internacionais do País Atingem Máximo de Quatro
As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) do País atingiram, em Junho, o nível mais alto em mais de quatro anos, ao fixarem-se em 3,9 mil milhões de dólares (249,3 mil milhões de meticais), segundo dados do Banco de Moçambique.
As reservas (divisas em moeda estrangeira) tinham registado em Fevereiro o valor mais baixo em cerca de um ano, descendo para 3,5 mil milhões de dólares (228,3 mil milhões de meticais). Desde então, verificaram-se quatro meses consecutivos de crescimento: 1% em Março (3,6 mil milhões de dólares, cerca de 229,9 mil milhões de meticais), 4,3% em Abril (3,7 mil milhões de dólares, cerca de 239,8 mil milhões de meticais), 1,5% em Maio (3,8 mil milhões de dólares, cerca de 243,4 mil milhões de meticais) e 2,5% em Junho (3,9 mil milhões de dólares, cerca de 249,3 mil milhões de meticais).
De acordo com o relatório estatístico do banco central, o montante de reservas internacionais em Junho cobria mais de três meses das necessidades estimadas de importações do País.
O Banco de Moçambique anunciou recentemente medidas para aumentar a “fluidez” no mercado cambial, redistribuindo as divisas disponíveis. “Estas medidas não são mais nada que ajustar certos recursos”, explicou o governador, Rogério Zandamela, em conferência de imprensa realizada a 31 de Julho, em Maputo.
Entre as medidas destacam-se a redução dos limites de retenção diária de divisas adquiridas pelos bancos e o aumento da taxa mínima de conversão de receitas de exportação de 30% para 50%, de forma a disponibilizar maior volume de moeda estrangeira no mercado.
As reservas (divisas em moeda estrangeira) tinham registado em Fevereiro o valor mais baixo em cerca de um ano, descendo para 3,5 mil milhões de dólares (228,3 mil milhões de meticais)
Apesar dos esforços, os empresários têm manifestado preocupações quanto ao acesso a divisas para garantir importações essenciais. A Confederação das Associações Económicas (CTA) alertou, em Fevereiro, que a situação estava a afectar sectores como o da saúde, aviação, combustíveis e produtos alimentares.
O Presidente da República, Daniel Chapo, acusou em Julho a banca comercial de “criar” artificialmente a escassez de divisas e de a transformar em oportunidade de negócio. “Quando há escassez da moeda estrangeira, começa-se a transformar esse problema em oportunidade de negócio. Isto acontece até nos bancos comerciais, onde vocês fazem negócio todos os dias. Não há uma verdadeira escassez de divisas, é um problema criado”, afirmou o chefe do Estado, num encontro com empresários em Sofala.
Daniel Chapo acrescentou que, apesar das queixas recorrentes dos operadores económicos, nunca faltou moeda estrangeira para distribuição de dividendos ou para pagamento de salários no sector financeiro. “Alguma vez ouviu que faltou? Só vai faltar para Félix Machado (empresário local) quando quiser importar algum bem. Então, é realmente uma situação na qual temos de continuar a trabalhar para a ultrapassar”, frisou.



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