Agência da ONU Afirma Que “Deslocações Forçadas Estão Longe

Agência da ONU Afirma Que “Deslocações Forçadas Estão Longe

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que, este ano, cerca de 60 mil pessoas foram forçadas a fugir novamente dos ataques terroristas que acontecem em alguns distritos da província de Cabo Delgado, na região Norte de Moçambique, sublinhando que o “deslocamento forçado” está longe de acabar. “Desde o início do conflito em 2017, mais de 1,3 milhão de pessoas foram deslocadas. Este ano, cerca de 60 mil indivíduos já foram forçadas a fugir novamente no Norte de Moçambique”, avançou a entidade numa publicação da Lusa. Através de um comunicado, a agência da ONU frisou que, mesmo com números significativos de retornos, a realidade de novas deslocações é preocupante, ou seja, “o ciclo mantém-se vivo, estando longe de acabar”. Para este ano, a organização recordou serem necessários 42,7 milhões de dólares para prestar assistência humanitária no Norte de Moçambique. Contudo, apenas 25% do financiamento foi desembolsado até finais de Março. Desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado, província rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas. Só em 2024, morreram, pelo menos, 349 pessoas em ataques perpetrados por grupos extremistas islâmicos na província, representando um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano especializada na análise de conflitos em África. O mais recente grande ataque ocorreu nos dias 10 e 11 de Maio de 2024, quando cerca de uma centena de insurgentes invadiu e saqueou a sede distrital de Macomia, resultando em várias mortes e intensos combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, apoiadas por tropas do Ruanda, que prestam assistência ao País no combate aos rebeldes. Em Abril deste ano, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Reserva do Niassa e no Centro Ambiental de Mariri, no distrito de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma aeronave do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas e levaram à deslocação de mais de dois mil indivíduos, 55% dos quais crianças.advertisement

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