“Ciclones e Protestos Travaram Economia”. País Produziu
advertisemen tO Governo avançou que o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique ficou 10,14% aquém do seu potencial em 2024, devido à crise pós-eleitoral e ao impacto dos ciclones, admitindo que no presente ano, a economia gerada no País ficará apenas 2,7% abaixo. “Tal facto evidencia que a economia está a operar significativamente abaixo da sua capacidade produtiva, fenómeno este maioritariamente atribuído à crise pós-eleitoral e ao impacto do ciclone Chido, registado em 2024”, esclareceu o Executivo por meio do documento sobre Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP) de 2025-28, adoptado a 24 de Junho em Conselho de Ministros. O relatório descreve que “embora a economia possa registar uma recuperação do crescimento real para o ano de 2025, ainda é de esperar que o hiato do PIB se mantenha em território negativo até ao próximo ano, isto é, abaixo da sua capacidade produtiva, em função da persistência de determinados efeitos cumulativos decorrentes dos choques sucessivos recentemente observados”. No documento citado pela Lusa, alerta-se que “determinados riscos fiscais exógenos poderão exercer pressão adversa sobre o actual quadro macro fiscal 2026-28, com especial destaque para eventuais desastres naturais, ameaças à segurança na região Norte do País e a persistência de manifestações pós-eleitoral”. “Relativamente aos desastres naturais, a localização geográfica de Moçambique torna o País particularmente vulnerável à ocorrência cíclica de fenómenos climáticos extremos, os quais geram impactos adversos tanto sobre a população como sobre as infra-estruturas menos resilientes, comprometendo assim a estabilidade socioeconómica e fiscal”, acrescenta-se. Segundo o Governo, as projecções mais recentes indicam a persistência da fase neutra do fenómeno El Niño até ao início da próxima estação chuvosa, que começa em Outubro, período a partir do qual “haverá sinais de possível transição para condições típicas de La Niña, as quais tendem a favorecer o aumento da precipitação nas regiões Centro e Sul do País”. Em Junho, a ministra das Finanças, Carla Louveira, afirmou que “nos últimos anos”, a gestão macroeconómica do País tem enfrentado “desafios advindos de choques externos e internos que afectam profundamente” a economia, como o terrorismo em Cabo Delgado, eventos climáticos extremos e “as manifestações violentas” após as eleições gerais de 9 de Outubro de 2024. Na altura, a governante explicou que as manifestações causaram a “destruição de infra-estruturas públicas e privadas, o que levou a uma desaceleração da economia em 3,6 pontos percentuais, situando-se em 1,9% contra 5,5% projectados no PESOE (Plano Económico e Social e Orçamento do Estado) daquele ano. “Esta situação teve o seu respaldo no primeiro trimestre de 2025, com o PIB a apresentar uma variação negativa de 3,9% quando comparado com o mesmo período de 2024, influenciado por variações negativas no sector secundário de 16,2%, seguido do sector terciário com uma variação negativa de 8%”, acrescentou. “Isto demonstra que o contexto continua desafiante, e foi neste âmbito que a Assembleia da República aprovou o PESOE para 2025, que aponta para a consolidação fiscal como objectivo primário para equilibrar as contas do Estado. Nestes termos, foram aprovadas medidas para aumentar a eficiência na arrecadação de receitas e estabilizar o nível de dívida pública da massa salarial, de modo a reduzir o défice primário, criando espaço para o investimento produtivo”, sublinhou ainda a ministra. O que é hiato do produto? O hiato do produto é a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) corrente e o PIB potencial de um determinado país, podendo ele ser positivo ou negativo, e que mede as oscilações cíclicas de uma determinada economia.advertisement



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