“Ecobank Liderou Incumprimento Bancário Com Mais de 75% do

Mais de 75% do crédito concedido pelo Ecobank Moçambique encontrava-se em situação de incumprimento no final do segundo trimestre de 2025, segundo o relatório sobre os Indicadores Prudenciais e Económico-Financeiros do Banco de Moçambique. O rácio de crédito malparado (NPL, na sigla em inglês) da instituição atingiu 76,54% entre Abril e Junho, contra 48,17% no trimestre anterior e 42,66% no final de 2024. O relatório, citado esta quarta-feira, 6 de Agosto, pela agência Lusa, destaca que “este aumento reflecte uma deterioração da qualidade da carteira de crédito e a mudança da tendência registada nos anos anteriores”. Seguem-se ao Ecobank o Moza Banco, com um rácio de 40,50% (face aos 36,58% registados no primeiro trimestre), e o Access Bank, que conseguiu reduzir o seu NPL de 20,69% para 13,45%. Entre os bancos que mantêm o rácio dentro do limite recomendado de 5% estabelecido pelo Banco de Moçambique estão o United Bank for Africa (2,16%), o First National Bank (2,00%), o Standard Bank (3,83%), o First Capital Bank (3,19%) e o Absa (3,84%). O Millennium bim viu o seu NPL recuar para 2,62%, enquanto o BCI registou um aumento para 13,53%. O banco central sublinha que “o rácio de NPL fixou-se em 9,32% do total em 2024, contra 8,23% no ano anterior, continuando acima do limite máximo de 5,0%, convencionalmente aceite”. Os dados indicam que, em 2024, o crédito em incumprimento totalizou 30,41 mil milhões de meticais (480,2 milhões de dólares), contra 26,5 mil milhões de meticais (419,3 milhões de dólares) em 2023, o que representa um aumento de 12,88%. A instituição nota ainda que “o rácio de cobertura do NPL mostra uma tendência para redução gradual ao longo do tempo. Em 2024, este fixou-se em 60,29%, contra 66,02% registados no período homólogo de 2023”. Por outro lado, o montante de crédito reestruturado atingiu, no mesmo ano, os 25,68 mil milhões de meticais (406 milhões de dólares), representando 9,47% da carteira total da banca. Actualmente, funcionam no País 15 bancos comerciais e 12 micro bancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, num sector que continua sob vigilância do Banco de Moçambique, tendo em conta os riscos associados à qualidade do crédito concedido.