PR Aponta “Manifestações Violentas” Como Causa de Prejuízos

PR Aponta “Manifestações Violentas” Como Causa de Prejuízos

a d v e r t i s e m e n tO Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou esta quinta-feira (18) que as manifestações “violentas, ilegais e criminosas” ocorridas entre Outubro de 2024 e Março de 2025 provocaram prejuízos avaliados em cerca de 27,4 mil milhões de meticais, forçando o Estado a desviar recursos de áreas prioritárias como água, energia, saúde e educação, num contexto de forte pressão económica e social.

Daniel Chapo falava no Parlamento, durante a apresentação do Estado Geral da Nação, no âmbito do informe anual que constitui uma ocasião formal em que o Presidente da República apresenta aos deputados um balanço da situação política, económica e social do País, esclarecendo igualmente a sociedade sobre as prioridades do Governo para o próximo ano. Este é o primeiro informe anual do chefe do Estado desde a sua tomada de posse, a 15 de Janeiro de 2025.

No seu discurso, o Presidente destacou que os danos causados pelas manifestações tiveram um impacto profundo na economia e no tecido social. “Esta sabotagem tem profundas consequências humanas, psicológicas e materiais avaliadas em cerca de 27,4 mil milhões de meticais”, declarou, acrescentando que o montante comprometeu seriamente a capacidade do Estado de responder às necessidades da população.a d v e r t i s e m e n t

Segundo o chefe do Estado, os fundos inicialmente destinados ao desenvolvimento foram redireccionados para a reconstrução de infra-estruturas destruídas. “Os fundos que deveriam financiar novas fontes de água, energia para as comunidades, medicamentos para os hospitais públicos e carteiras escolares para as nossas crianças tiveram de ser usados para reparar escolas queimadas, hospitais vandalizados e armazéns de medicamentos destruídos”, afirmou.

No plano económico, Daniel Chapo recordou que a inflação média anual em 2024 foi de 3,20%, desacelerando face aos 3,80% de 2023, mas advertiu que o indicador “ainda não traduz estabilidade efectiva no custo de vida das famílias moçambicanas”. No quarto trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto registou uma contracção severa de 4,87%, enquanto a inflação de Dezembro se situou em 4,15%. Em Janeiro de 2025, mês da tomada de posse do novo Governo, a inflação mensal atingiu 1,45%.

O Presidente descreveu ainda a extensão da destruição provocada pelas manifestações, que resultaram na devastação de 1733 estabelecimentos comerciais, incluindo fábricas, farmácias, instituições bancárias e armazéns de medicamentos, bem como na destruição de 339 edifícios públicos, entre unidades sanitárias, escolas, tribunais e esquadras.

As consequências económicas traduziram-se no encerramento temporário ou definitivo de inúmeras empresas, na perda de mais de 50 mil postos de trabalho e numa redução acentuada da capacidade de arrecadação de receitas do Estado. A Conta Geral do Estado de 2024 registou um défice adicional de cerca de 130 mil milhões de meticais, criando fortes pressões sobre as finanças públicas.

A este cenário somaram-se os efeitos devastadores dos ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que afectaram mais de 1,8 milhão de pessoas, causaram centenas de mortes e destruíram habitações, escolas, hospitais, estradas, pontes e sistemas de abastecimento de água, além de vastas áreas agrícolas.

Daniel Chapo afirmou que o seu Governo herdou um país “fragilizado por manifestações violentas, fustigado por ciclones, afectado pelo terrorismo em algumas zonas de Cabo Delgado e com uma economia em recessão”, sublinhando que o momento exige reconstrução, unidade nacional e responsabilidade institucional. A prestação de contas ao Parlamento, disse, “reforça a ligação entre o Executivo e os representantes do povo e constitui um acto de responsabilidade perante a nação.”

Texto: Florença Nhabindea d v e r t i s e m e n t

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