Feira de Emprego Junta Mais de 60 Empresas e Milhares de
advertisemen tO Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano foi, esta sexta-feira, 8 de Agosto, o ponto de encontro para milhares de jovens que participaram na Feira de Emprego 2025, organizada pelo Instituto Nacional de Emprego (INEP) em parceria com a Fundação MozYouth e a SDO Moçambique. O evento, que decorreu ao longo de um dia, juntou 60 empresas provenientes de várias províncias do País, representando sectores tão diversos como o da energia, tecnologias de informação e comunicação (TIC), finanças, telecomunicações, media, recursos humanos e cooperação para o desenvolvimento. O director executivo da SDO Moçambique, Vicente Sitoe, destacou que esta edição se diferenciou das anteriores não apenas pelo novo espaço, mas também pelo alcance conseguido na mobilização do público. “Nos outros anos usávamos tendas ou espaços mais pequenos, com uma capacidade limitada. Este ano, ao optarmos pelo Centro Joaquim Chissano, conseguimos criar um ambiente mais profissional e acolhedor mas revelou-se não ser suficiente. Investimos também numa estratégia de marketing mais robusta, envolvendo influenciadores digitais e multiplicando as acções de divulgação. Isto teve um impacto directo na participação dos jovens, que foi muito maior do que em anos anteriores”, explicou. O responsável salientou ainda que, apesar da forte presença de grandes empresas como a Mozal, CDM (Cervejas de Moçambique), Galp e Kenmare, houve espaço para Pequenas e Médias Empresas (PME), incluindo ‘startups’ ligadas a energias renováveis e empreendedorismo. Contudo, apontou que a maior concentração de candidatos em torno das multinacionais mostra que é necessário criar maior consciência sobre o potencial de empregabilidade das PME. “As grandes empresas atraem naturalmente mais atenção, mas as PME têm capacidade para criar oportunidades e merecem ser procuradas”, disse, acrescentando que a SDO Moçambique irá reunir-se, na segunda-feira, 11 de Agosto, às 11h00, nas suas instalações, com os jovens provenientes de fora de Maputo que deixaram os seus currículos. Vicente Sitoe defende que a Feira de Emprego é necessária para aproximar empresas aos jovens a procura de emprego Denise Ivone, embaixadora da MozYouth (um dos organizadores do evento), elogiou o formato da feira e a diversidade de empresas presentes, mas sublinhou que o cenário de grande procura revela um desafio estrutural. “Esta participação massiva mostra que não é falta de interesse ou de competências, mas sim de oportunidades. Temos jovens formados e com vontade de trabalhar, mas o mercado ainda não consegue absorver todos. É fundamental que iniciativas como esta não fiquem apenas pela capital, mas cheguem também às outras províncias, para que os jovens não precisem de se deslocar grandes distâncias em busca de oportunidades”, afirmou. Para a embaixadora da MozYouth, a descentralização das feiras de emprego permitiria não só aproximar empresas e candidatos, mas também reduzir desigualdades regionais. “Muitos jovens do interior do País não têm recursos para vir a Maputo, e acabam por perder acesso a este tipo de iniciativas. Levar a feira até eles é uma forma de criar um impacto real”, defendeu. Denise Ivone refere que a presença massiva de jovens revela a vontade dos mesmos de trabalhar e contribuir para o desenvolvimento O evento não se limitou à apresentação de vagas. Muitas empresas ofereceram sessões de orientação profissional, desde dicas para a elaboração de currículos e cartas de motivação até workshops sobre preparação para entrevistas. Houve também informação sobre bolsas de estudo e programas de estágios, com o objectivo de dotar os jovens de ferramentas práticas para aumentar as suas hipóteses no mercado de trabalho. Dário Camal, líder juvenil, reforçou a ideia de que o País possui capital humano qualificado, mas precisa de mecanismos para transformar essa energia em desenvolvimento económico. “Temos jovens com vontade de fazer, mas é necessário que as empresas assumam uma responsabilidade social mais activa e que os fundos destinados a projectos juvenis cheguem efectivamente às comunidades. Só assim poderemos criar um ciclo sustentável de empregabilidade”, defendeu. Dário Camal defende que as empresas têm de assumir a responsabilidade social de forma mais activa oferecendo oportunidades aos jovens O jovem defendeu ainda que as feiras de emprego devem integrar espaços de incubação e aceleração de negócios. “Se num evento como este conseguirmos que uma ideia seja apresentada, financiada e comece a ser executada, estaremos a dar um passo real para mudar vidas. Não é apenas sobre procurar emprego, mas também sobre criar soluções”, afirmou. A Field Ready, uma organização internacional presente no evento, partilhou a sua experiência na interacção com jovens candidatos. A representante, Wika Chitará, explicou que muitos demonstraram entusiasmo e preparação, mas destacou que ainda existem lacunas na forma como os currículos são elaborados e na capacidade de apresentar competências de forma clara. “Encontrámos jovens muito motivados e com bons perfis técnicos. O que falta, muitas vezes, é saber traduzir isso num currículo eficaz ou numa boa entrevista. Por isso, acreditamos que a formação contínua, especialmente em competências transversais, é fundamental”, observou. A Feira de Emprego 2025 funcionou também como espaço de debate sobre políticas públicas para a juventude, incentivando a aproximação entre o sector privado e as instituições do Estado. Para os organizadores, a edição de Maputo foi a maior até agora, tanto no número de empresas participantes como no fluxo de visitantes, sinalizando uma crescente procura por soluções concretas para o desemprego jovem. Texto: Nário Sixpenea dvertisement
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