Governo Aponta Que Défice de Fundos Compromete Construção de

Governo Aponta Que Défice de Fundos Compromete Construção de

A ministra da Educação e Cultura, Samaria Tovela, apontou nesta quinta-feira, 24 de Julho, que o défice de fundos compromete o desenvolvimento do sector, dificultando a construção de novas salas de aula para albergar cerca de 100 mil turmas que ainda estudam ao relento. “Precisamos de recursos para podermos construir escolas e, rapidamente, colocarmos as nossas crianças em salas de aulas. Actualmente, estamos a trabalhar com os meios existentes e a priorizar as zonas em situação grave”, afirmou a governante. De acordo com Samaria Tovela, há esforços em curso por parte do Governo para melhorar o cenário, mas, enquanto isso, aposta-se em meios alternativos. “Enquanto não conseguimos os fundos, estamos a providenciar quadros para que as crianças tenham aulas”. Intervindo durante o lançamento da 12.ª edição do Festival Nacional da Cultura, a dirigente explicou que entre as províncias mais afectadas pelo problema destacam-se Nampula, Cabo Delgado, Zambézia e Maputo, nas regiões Norte, Centro e Sul, respectivamente. Segundo a Lusa, em Junho, o chefe do Departamento de Planificação da Direcção Provincial de Educação em Nampula, Faruk Karim, disse que mais de 1,3 milhão de alunos do ensino primário e secundário assistem às aulas sentados no chão devido à falta de carteiras. Recentemente, a ministra da Educação e Cultura confirmou, na Assembleia da República, que a quota orçamental destinada ao sector da educação sofreria uma redução em 2025, passando de 14,2% do Orçamento Geral do Estado em 2024 para 12,1%. Apesar disso, a governante garantiu que o Executivo continuará a investir na qualificação dos professores e na melhoria das infra-estruturas escolares, com vista a assegurar um sistema educativo mais inclusivo, resiliente e adaptado aos desafios actuais. “O Governo continua a considerar a educação uma das suas prioridades, e está empenhado em garantir que os recursos disponíveis sejam utilizados com maior eficiência. A actual conjuntura orçamental está fortemente condicionada pelos efeitos da crise pós-eleitoral, que provocou uma desaceleração económica e uma quebra na arrecadação de receitas internas”, sustentou. No âmbito do Plano Quinquenal do Governo (2025-29), está prevista a admissão gradual de 58 128 professores até 2029, o que deverá permitir reduzir o rácio actual para 55 alunos por docente. A ministra salientou que estas medidas visam melhorar as condições de ensino e o acesso à educação de qualidade em todo o País. Na área do ensino das Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), foram capacitados 44 mil professores das 3.ª e 4.ª classes, além de 228 docentes do Ensino Secundário e 392 formadores de institutos de formação de professores. A estes somam-se 85 formadores do ensino técnico-profissional e 325 docentes do ensino superior, tendo sido ainda criados clubes de robótica em várias escolas secundárias.advertisement

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