Governo Prevê Criação do Banco de Desenvolvimento Até Final

Governo Prevê Criação do Banco de Desenvolvimento Até Final

advertisemen tO Governo prevê concluir, até ao final deste ano, a criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique (BDM), uma instituição financeira destinada a conceder financiamentos de médio e longo prazo a projectos estruturantes ligados à industrialização e à valorização dos recursos nacionais, noticiou a Agência de Informação de Moçambique. Segundo o órgão, a informação foi avançada esta quarta-feira, 27 de Agosto, em Maputo, pelo coordenador de Reformas do Ministério da Economia e Finanças, João Macaringue, em entrevista à AIM, durante uma sessão de socialização do projecto realizada à margem da Feira Internacional de Maputo (FACIM 2025). O encontro juntou representantes de instituições nacionais, empresários e parceiros internacionais. Segundo João Macaringue, o País encontra-se ainda na fase inicial de auscultação pública. “Estamos a dar o ‘kickoff’ do processo. O próximo passo será percorrer todas as províncias, recolher contributos, sistematizar e submeter o projecto ao Conselho de Ministros, para depois avançar para aprovação final no Parlamento”, explicou. O objectivo do Executivo é legalizar o banco até Dezembro próximo e garantir a aprovação pela Assembleia da República, estando previsto que a fase de implementação comece em 2026. “A decisão é que, até ao final deste ano, tenhamos o banco aprovado pelo Parlamento, para que no próximo ano se inicie a implementação”, garantiu o responsável. O modelo de governação do futuro banco inspira-se em experiências de países vizinhos, como a África do Sul e a Namíbia, que partilharam práticas e lições durante a sessão de socialização. Estiveram presentes representantes do Development Bank of Southern Africa (DBSA) e do Business Finance da Namíbia, incluindo o antigo presidente do Banco de Desenvolvimento da Namíbia. Um dos pontos centrais do projecto é garantir independência institucional e transparência na gestão, evitando interferência política. “O estudo aponta para a necessidade de uma estrutura de governação que inclua agências de desenvolvimento, assegurando credibilidade e alinhamento com os grandes objectivos nacionais”, destacou o responsável. Estamos a dar o ‘kickoff’ do processo. O próximo passo será percorrer todas as províncias, recolher contributos, sistematizar e submeter o projecto ao Conselho de Ministros, para depois avançar para aprovação final no Parlamento Transformar potencial em riqueza Para o Governo, o Banco de Desenvolvimento será determinante para transformar o discurso sobre o potencial do País em riqueza concreta para os cidadãos. “Temos gás, carvão, rios que atravessam o País e uma posição geoestratégica única, mas tudo isso só pode ser explorado se houver capacidade de investir e transformar recursos em valor”, frisou. O coordenador sublinhou ainda que a instituição deverá ter capacidade de atrair capitais internacionais para complementar os recursos internos limitados. “Um País como o nosso não pode criar sozinho um banco desta dimensão. Precisamos agregar capitais de várias instituições de desenvolvimento e adaptá-los à realidade económica de Moçambique”, afirmou, mencionando o DBSA e outras entidades internacionais como potenciais parceiros estratégicos. Especialistas defendem que o banco terá um papel crucial na mobilização de financiamento de longo prazo para sectores prioritários como energia, agricultura, transportes, habitação e industrialização. A sua criação é vista como um passo decisivo para que Moçambique deixe de depender apenas da exportação de matérias-primas e avance para a transformação local e geração de valor interno. “Este banco vai permitir que Moçambique passe do potencial para resultados tangíveis”, concluiu João Macaringue.

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