Governo Quer Reforçar Cooperação Com Brasil Nas Áreas de

Governo Quer Reforçar Cooperação Com Brasil Nas Áreas de

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Lucas, afirmou esta quinta-feira, 6 de Novembro, que o Brasil “pode ser um parceiro central” de Moçambique nas áreas de inovação tecnológica, industrial e transição energética, sublinhando que está agendada uma reunião entre os dois chefes de Estado, informou a agência Lusa.

“Acreditamos que o Brasil pode ser um parceiro central na inovação tecnológica, na indústria e na transição energética”, disse Maria Lucas, citada numa nota da Presidência da República, a propósito da visita oficial do Presidente Daniel Chapo ao país sul-americano, iniciada na passada quarta-feira (5).

O chefe do Estado participa na 30.ª Conferência das Partes (COP30) das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que decorre de 10 a 21 de Novembro, em Belém, e será recebido pelo homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. A agenda do encontro inclui “projectos de cooperação estrutural, energias renováveis, agricultura resiliente e oportunidades de diversificação económica entre Moçambique e o Brasil”, adiantou a ministra.

Segundo a fonte, Daniel Chapo deverá reunir-se com dirigentes de grandes empresas e instituições estratégicas brasileiras, entre as quais a Petrobras, Embraer e Odebrecht. “Vários países solicitaram audiências com o Presidente, demonstrando o interesse crescente em fortalecer o diálogo político e a cooperação com Moçambique, sobretudo nas áreas de adaptação climática e gestão de recursos naturais”, acrescentou Maria Lucas, informando estarem já confirmados encontros bilaterais com os líderes dos Países Baixos e da Noruega.

A ministra destacou ainda que a presença do chefe do Estado em Belém tem como objectivo “colocar o País no centro das discussões globais sobre o clima, o desenvolvimento sustentável e a cooperação internacional.”

Criada em 1995, a Conferência das Partes realiza-se este ano, pela primeira vez, num país lusófono, reunindo anualmente líderes mundiais para debater compromissos globais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

“Ao abordar a participação de Moçambique neste fórum global, a ministra recordou que o País tem experiência concreta em enfrentar eventos climáticos severos e defenderá propostas de resiliência e financiamento climático”, lê-se no comunicado da Presidência da República.

Vários países solicitaram audiências com o Presidente, demonstrando o interesse crescente em fortalecer o diálogo político e a cooperação com Moçambique, sobretudo nas áreas de adaptação climática e gestão de recursos naturais

No dia 31 de Outubro, a técnica da Direcção Nacional das Mudanças Climáticas, Rosália Pedro, havia revelado que Moçambique leva para a COP30 como prioridades o financiamento climático, a operacionalização do sistema de aviso prévio e a transferência de tecnologias para lidar com fenómenos extremos. Segundo a responsável, o sistema de aviso prévio está avaliado em 67 milhões de dólares (4,3 mil milhões de meticais).

O documento preparado para a conferência reforça ainda “a necessidade de acelerar a operacionalização do Fundo de Perda e Danos, estimado em 1,3 bilião de dólares por ano até 2035, com acesso directo para países com alto índice de vulnerabilidade”, defendendo a simplificação dos critérios e requisitos para o acesso ao financiamento climático.

O director nacional do Ambiente e Mudanças Climáticas, Francisco Sambo, observou, entretanto, que “a COP30 não é um espaço para ir buscar dinheiro, mas sim para mostrar o que já está em curso e identificar oportunidades reais de financiamento”, lembrando que os compromissos financeiros “são geralmente acordados antes do evento.”

A Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) sublinhou, em Abril deste ano, que Moçambique pode, em parceria com o Brasil, assumir a liderança da estratégia de transição energética no espaço lusófono, reforçando o papel de ambos os países na promoção de energias limpas e sustentáveis.a d v e r t i s e m e n t

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