Lucro do Millennium bim Recua 48% Para 20 Milhões de Dólares

Lucro do Millennium bim Recua 48% Para 20 Milhões de Dólares

O Millennium bim, filial moçambicana do grupo português Millennium BCP, registou uma queda de 48% nos seus lucros durante o primeiro semestre de 2025, fixando-se em cerca de 1,6 mil milhões de meticais (22,4 milhões de dólares), segundo as demonstrações financeiras do período entre Janeiro e Junho. O desempenho representa uma redução acentuada face aos resultados alcançados no mesmo período do ano anterior, quando o banco obteve lucros de 3,2 mil milhões de meticais (43,3 milhões de dólares). A tendência de abrandamento na rentabilidade do Millennium bim já se fazia sentir desde 2024, ano em que os lucros anuais haviam descido 54%, em consequência directa do agravamento das imparidades associadas à dívida pública moçambicana. Apesar do recuo nos resultados líquidos, o banco registou um crescimento no activo total, que atingiu os 206,1 mil milhões de meticais (2,7 mil milhões de dólares) até ao final de Junho. O crédito a clientes ascendeu a 45,7 mil milhões de meticais (615 milhões de dólares), revelando uma ligeira melhoria face ao final de 2024. Já o passivo subiu para 170 mil milhões de meticais (2,2 mil milhões de dólares), sustentado por um aumento dos depósitos, que se fixaram em 163,6 mil milhões de meticais (2,2 mil milhões de dólares). Fundado em Outubro de 1995, o Millennium bim resulta de uma parceria estratégica entre o Estado moçambicano e o Banco Comercial Português. Em Dezembro de 2024, apresentava um capital social de 4,5 mil milhões de meticais (64,7 milhões de dólares), maioritariamente detido pelo BCP África, com uma participação de 66,69%. O Estado detém 17,12%, o Instituto Nacional de Segurança Social 4,95% e a Empresa Moçambicana de Seguros 4,15%, entre outros accionistas. No relatório e contas referente ao exercício de 2024, o Millennium bim atribuiu a queda dos lucros ao reforço das provisões para fazer face ao aumento do risco associado aos títulos da dívida pública. Em concreto, a instituição contabilizou um agravamento das imparidades em 2,1 mil milhões de meticais (30,2 milhões de dólares), resultado da descida da notação de risco atribuída às emissões do Estado em moeda nacional. Apesar do contexto adverso, o banco sublinhou que o rácio de solvabilidade atingiu os 36,7%, valor significativamente superior ao mínimo regulamentar de 12%, evidenciando a resiliência da sua estrutura financeira. Perante este cenário, a administração decidiu não distribuir dividendos relativos aos lucros de 2024, optando por reforçar as reservas internas.. Fonte: Lusa

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