Merz quer proteger a indústria siderúrgica contra tarifas

Merz quer proteger a indústria siderúrgica contra tarifas

“A indústria siderúrgica na Alemanha e na Europa precisa de uma proteção eficaz no comércio exterior”, disse Merz, após uma reunião com o vice-chanceler e ministro das Finanças, Lars Klingbeil, e representantes do setor metalúrgico.

“Estamos diante de grandes desafios na política comercial mundial. Por um lado, temos as tarifas dos Estados Unidos que vão subir e, entre outras coisas, a chegada de mercadorias, especialmente da Ásia e da China, que inundam os mercados com aço subsidiado”, acrescentou o chefe do Governo alemão.
Neste contexto, segundo o chanceler, o executivo alemão partilha “a preocupação da indústria metalúrgica”, que descreveu como estando numa “situação de crise existencial”, pelo que propôs que sejam tomadas medidas de proteção dos produtos europeus, em linha com as propostas da Comissão Europeia.
“Vamos precisar de proteção às importações contra os produtores que não respeitam as reduções de dióxido de carbono que acordámos”, destacou Merz.
O ministro também disse ter acordado com Klingbeil e os representantes do setor presentes na reunião envidar esforços para apoiar a produção, cujos materiais resultam principalmente de processos de baixas emissões e uso de energias renováveis, além de sublinhar o compromisso do seu executivo em reduzir os custos energéticos.
“Sem uma redução do preço da energia, esta indústria não é capaz de sobreviver”, enfatizou Merz sobre o setor siderúrgico, o que mais energia consome na sua atividade na Alemanha, apenas atrás da indústria química.
Klingbeil, por sua vez, reiterou os três pontos-chave esboçados por Merz — a proteção do aço contra as importações, a necessidade de reduzir os preços da energia e a necessidade de aumentar a competitividade — e assinalou que o Governo alemão dispõe de ferramentas com as quais pode ajudar, como o fundo especial de investimentos, dotado de 500 mil milhões de euros, e os planos de aumento dos gastos com a defesa.
“Se garantirmos que o aço utilizado nesses investimentos seja aço alemão e europeu, poderemos dar um impulso importante ao setor”, sublinhou.
Tanto Merz como Klingbeil destacaram que, na defesa do setor, não estava em jogo apenas uma indústria fundamental, mas também muitos destinos individuais e postos de trabalho.
“Não se trata de números económicos abstratos, trata-se de empresas, de postos de trabalho, de destinos individuais”, afirmou Merz.
O presidente da União da Indústria Siderúrgica, Gunnar Groebler, agradeceu a Merz pela reunião e destacou que houve um acordo total sobre a necessidade de tomar medidas.
“Trata-se de manter na Europa e na Alemanha cadeias de abastecimento críticas para a defesa e a resiliência. Nós, como empresários, também temos de fazer a nossa parte e esperamos que a política faça a sua”, afirmou.
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