“Moçambique Está Num Caminho Sólido Para a Retoma do

advertisemen tA ministra das Finanças, Carla Loveira, afirmou esta quarta-feira (29) que Moçambique está a trilhar um “caminho sólido” rumo à retoma do crescimento económico, após o período de contracção registado na sequência das eleições de Outubro de 2024, escreveu a Lusa. Durante a abertura do Conselho Coordenador do Ministério das Finanças, realizado na província de Maputo, a governante destacou que os indicadores de desempenho revelam sinais claros de recuperação e reforçam a confiança na economia do País. Segundo a responsável, os dados mais recentes da execução orçamental do terceiro trimestre mostram uma ligeira subida nas receitas e uma descida nas despesas, em termos homólogos, o que, segundo disse, demonstra “maior eficiência e rigor na gestão das finanças públicas.”advertisement Embora tenha reconhecido que os resultados do primeiro semestre de 2025 “apontam para uma contracção económica acumulada de 2,4%”, a ministra sublinhou que as projecções orçamentais são animadoras. As previsões indicam um crescimento económico de 2,9% em 2025, uma aceleração para 3,2% em 2026 e uma média de 4,4% no período de 2026-28. “Estes indicadores mostram a existência de um caminho sólido para a retoma do crescimento económico. As reformas em curso no sector das finanças públicas, aliadas à retoma gradual da produção e ao crescimento de sectores estratégicos, como a energia, a agricultura, o gás natural e as infra-estruturas, projectam um horizonte de crescimento económico promissor, sustentável e inclusivo”, afirmou Carla Loveira. A titular da pasta das finanças frisou que a principal prioridade do Governo é “assegurar que esse crescimento se traduza em estabilidade macroeconómica, controlo da inflação, consolidação fiscal e melhoria das condições de vida dos moçambicanos.” De acordo com dados divulgados esta terça-feira, a despesa do Estado recuou 15,8% no terceiro trimestre, fixando-se em 314,3 mil milhões de meticais (4,2 mil milhões de dólares), quando comparada com o mesmo período de 2024. O montante representa 61,3% do total previsto para o ano. “As reformas em curso e o fortalecimento de sectores estratégicos projectam um horizonte de crescimento económico promissor, sustentável e inclusivo para o País”Carla Loveira A economia moçambicana registou contrações homólogas do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,9% no último trimestre de 2024, 3,9% no primeiro trimestre de 2025 e 0,9% no segundo trimestre do mesmo ano, reflexo da instabilidade social que se seguiu às eleições gerais de 9 de Outubro. Durante a sua intervenção, a governante destacou também a assinatura de acordos de garantias entre o gestor do novo Fundo de Garantias Mútuas e as instituições financeiras moçambicanas, “marcando o início da contraprestação de garantias bancárias na ordem de 120 milhões de dólares (7,6 mil milhões de meticais) para apoiar o financiamento das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) e promover uma economia mais inclusiva e participativa”. “Esta medida reforça o nosso compromisso com uma gestão moderna, digitalizada e eficiente das finanças públicas, assegurando que o crescimento económico beneficie todas as regiões e grupos sociais do País”, acrescentou a dirigente. A responsável pelas finanças no País reconheceu, contudo, que o contexto macroeconómico nacional continua a ser desafiante, afectado por choques internos e externos que têm dificultado a recuperação económica. Entre os factores apontados por Carla Loveira estão “a persistência de choques climáticos, o terrorismo que afecta alguns distritos da província de Cabo Delgado, o impacto das tensões geopolíticas internacionais, as flutuações dos preços internacionais e as exigências da reconstrução económica após as tensões pós-eleitorais”.advertisement