“Moçambique Perde Cerca de 300 Mil Hectares de Floresta Por

“Moçambique Perde Cerca de 300 Mil Hectares de Floresta Por

advertisemen tO líder do subcomité de Clima e Soluções de Cozinha Melhorada da Associação Moçambicana de Energias Renováveis ​​(AMER), Micas Cumbane, revelou esta quarta-feira (19), durante a mesa redonda sobre “Mercados de Carbono como Ferramenta Estratégica para a Acção Climática em Moçambique”, organizada pela AMER em parceria com o programa Energising Development (EnDev), que Moçambique perde cerca de 300 mil hectares de floresta por ano devido ao desmatamento provocado pelo uso de fogões tradicionais. Segundo o responsável da AMER, esta destruição florestal não afecta apenas o ambiente, mas também prejudica a saúde das famílias, aumentando a poluição interna nas residências. A situação contribui para mais casos de doenças respiratórias e para uma maior taxa de mortalidade, reforçando a necessidade de expandir o uso de cozinhas limpas e fogões melhorados. O especialista explicou ainda que a falta de legislação sobre créditos de carbono impede que empresas moçambicanas vendam estes créditos no mercado internacional de forma rentável. “Sem a legislação, simplesmente não é possível vender os créditos e, quando é possível, o preço é tão baixo que inviabiliza os modelos de negócio das empresas”, afirmou Micas Cumbane.advertisement O líder do subcomité destacou que a aprovação da regulamentação poderá acelerar a disseminação de fogões melhorados e apoiar Moçambique no cumprimento das metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no âmbito do Acordo de Paris. Actualmente, apenas 6% das famílias utilizam cozinhas limpas no País, mas a expectativa é alcançar 36% até 2035, mesmo considerando o crescimento da população. Micas Cumbane acrescentou que os projectos de fogões melhorados incluem monitorização contínua das famílias beneficiárias, garantindo que os créditos de carbono reflictam a redução real no consumo de lenha e na poluição. “O acompanhamento é anual e auditado, e o relacionamento com os clientes não termina na venda do produto”, explicou o dirigente da AMER. O desenvolvimento do mercado de carbono em Moçambique dependerá também da criação do Instituto Nacional de Transferência de Carbono (INTC), que funcionará como cartão de visita do País junto aos financiadores climáticos. “Este mecanismo proporcionará credibilidade nacional e reforçará a confiança de investidores e empresas que já operam no sector”, sublinhou o representante da AMER. Por fim, Micas Cumbane apelou ao Governo para criar incentivos que fortaleçam o sector e facilitem o acesso das famílias a cozinhas limpas. “Esperamos que o Executivo apoie as empresas com redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), matérias-primas ou direitos aduaneiros, fortalecendo o mercado de carbono e promovendo o acesso a cozinhas limpas no País”, concluiu o responsável. Texto: Florença Nhabinde

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