SATA pode aproximar-se de resultados líquidos positivos em

SATA diz que a oferta de voos para a ilha Terceira "tem sido

“Se pudermos beneficiar das Obrigações de Serviço Público territoriais pelo relevante serviço público que fazemos de garantia da continuidade territorial, acredito que não vamos ter ainda resultados positivos em 2026, isso parece-me bastante claro, mas vamos ficar mais próximos”, afirmou o presidente indigitado da SATA Holding, Tiago Santos, numa audição na Comissão de Economia do parlamento açoriano. Questionado pelo PS sobre o cumprimento do plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia, Tiago Santos defendeu que esse plano está a ser cumprido e que os resultados do terceiro trimestre de 2025 comprovam que está a ter efeitos. “O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Azores Airlines em outubro melhorou 56% face ao homólogo. Se isto não é ter resultados, não sei o que é ter resultados. Passou de 13 para 21 milhões”, frisou. Segundo o presidente indigitado da SATA, “2024 foi um ano de desvio face à tendência de sustentabilidade”, mas até dezembro de 2023, apesar de o caminho escolhido ter sido diferente do proposto no plano de reestruturação, o objetivo “foi alcançado”. “Olhando para o EBITDA que estava previsto no plano de reestruturação em dezembro de 2023 e olhando para o alcançado pela Azores Airlines a diferença é irrelevante”, apontou. Quanto aos resultados de 2025, Tiago Santos não quis antecipar o resultado líquido final, alegando que “há fatores que não estão ainda a ser apurados e que têm impacto relevante”, mas disse prever melhorias no EBITDA. “Pelo menos em termos de EBITDA vamos ter na Azores Airlines uma melhoria que nas nossas estimativas apontam para entre 15 a 20 milhões de euros mais positivos do que em 2024, na Air Açores algo próximo dos cinco milhões mais positivos também e na Gestão de Aeródromos voltarmos aos resultados positivos”, revelou. Em resposta ao PSD, o representante considerou que o processo de privatização da Azores Airlines (que faz as ligações de e para fora do arquipélago), apesar de “complexo”, foi “construído da forma correta” e com “garantias de transparência”. “Tem um júri independente, idóneo, que tem toda a capacidade para fazer uma avaliação íntegra e independente da proposta. É um processo (em) que tanto o Governo Regional como o conselho de administração delegam e confiam totalmente no júri”, justificou. “É difícil de colocar em praça pública os trunfos negociais, as propostas e as evoluções negociais que vão ocorrendo. Dizer muito mais do que isso pode pôr em causa o sucesso da operação”, acrescentou. Questionado pelo Chega sobre a necessidade de privatização do ‘handling’ (serviços de suporte em solo), Tiago Santos rejeitou dar a sua opinião, alegando que tem apenas de cumprir com os compromissos assumidos com a Comissão Europeia. “É irrenegociável. Acho que devemos estar mais focados em fazer bem feito o ‘carve-out’ (separação) e a privatização do ‘handling’, salvaguardando os receios e os anseios dos trabalhadores e dos açorianos”, adiantou. Em resposta a uma questão do BE, o presidente da SATA revelou ainda que, antes da privatização, será feito um novo acordo de empresa para o ‘handling’, para “salvaguardar os direitos dos trabalhadores no futuro”. Questionado pelo Chega sobre a atribuição de aumentos salariais de 30% na Azores Airlines, quando a empresa estava em processo de privatização, Tiago Santos disse que o acordo visou resolver constrangimentos na disponibilidade de tripulações que bloqueavam as ligações entre os Açores e Boston (Estados Unidos). “É difícil fazer a contabilidade, se houve um ganho ou uma perda, mas o que é verdade é que os resultados de 2024 e 2025 estão a ser afetados por esses acordos de empresa que foram negociados”, admitiu. Tiago Santos, até agora diretor financeiro do Grupo SATA, substitui, em janeiro, Rui Coutinho, que pediu a demissão do cargo, invocando razões profissionais.

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