Obrigações Sobem Com Expectativa de Acordo Com o FMI em 2026
a d v e r t i s e m e n tAs obrigações soberanas do País destacaram-se entre os títulos de mercados emergentes esta semana, após o Presidente da República, Daniel Chapo, ter manifestado confiança na obtenção de um novo programa de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no início de 2026, tal como informou a agência Bloomberg.
Os rendimentos da obrigação no valor de 900 milhões de dólares, com maturidade em 2031, registaram uma queda de até 24 pontos-base, fixando-se em 12,5% — o nível mais baixo desde 18 de Novembro. Esta evolução levou a que o diferencial entre os títulos moçambicanos e os do Tesouro norte-americano se reduzisse para 1009 pontos-base, segundo dados indicativos dos índices da JPMorgan Chase & Co.
“A queda nos rendimentos foi impulsionada pelos comentários do Presidente sobre a aproximação ao FMI com vista à obtenção de fundos”, afirmou Maciej Woznica, gestor de carteiras da Coeli Frontier Markets AB, sediada na Suécia.a d v e r t i s e m e n t
Em entrevista à agência, Daniel Chapo indicou que, embora ainda não existam valores definidos, as negociações deverão arrancar em breve. “Só quando começarmos a discutir o programa em si é que saberemos os montantes envolvidos”, referiu o chefe de Estado.
Moçambique figura actualmente entre os três países africanos — a par do Senegal e do Gabão — cujos títulos apresentam spreads superiores a 1000 pontos-base, um limiar frequentemente associado a situações de elevado risco financeiro.
O País enfrenta sérios constrangimentos económicos, num contexto marcado por instabilidade pós-eleitoral que terá afectado a actividade produtiva. Nesse quadro, o Governo contratou a consultora Alvarez & Marsal, com sede em Nova Iorque, para prestar assistência técnica no processo de reestruturação da dívida pública. Até ao final de 2024, o montante total da dívida externa pública ascendia a 9,8 mil milhões de dólares.
Durante a mesma entrevista, o Presidente Chapo revelou igualmente que decorrem os trâmites administrativos necessários ao reinício do megaprojecto de gás natural liquefeito (GNL) liderado pela TotalEnergies, avaliado em 20 mil milhões de dólares.
Segundo Orson Gard, analista sénior da BMI, uma divisão da Fitch Solutions, o avanço do projecto de GNL deverá contribuir para impulsionar o investimento directo estrangeiro e aumentar a confiança no País. Acrescentou ainda que o apoio do FMI poderá ser determinante para a estabilidade económica.
“O retorno do apoio do FMI sustentará também os esforços de consolidação orçamental, reforçando ainda mais o posicionamento dos investidores face a Moçambique”, sublinhou.



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