Operadores Querem Fixação de Preços de Referência Para

Operadores Querem Fixação de Preços de Referência Para

A Federação Moçambicana de Operadores de Madeira (Fedemoma) pediu ao Governo nesta segunda-feira, 4 de Agosto, para trabalhar na fixação de preços de referência para produtos florestais madeireiros, bem como na redução de postos de controlo ao longo das estradas nacionais, de modo a tornar o negócio sustentável. “O tabaco, castanha e demais produtos têm um preço de referência. Neste sentido, o sector florestal também clama por um, considerando que existem os custos de produção que não podem ser inferiores aos de compra. No negócio de madeira, o comprador é quem marca o preço, o que não é sustentável”, afirmou o vice-presidente da Fedemoma, António Silva, citado numa publicação da Lusa. Intervindo em Maputo, durante a realização do seminário de “Divulgação dos Resultados da Avaliação dos Operadores Madeireiros e da Governação Florestal”, o responsável propôs que os preços sejam fixados com base na média das diferenças geográficas e operacionais que cada operador enfrenta no terreno. António Silva revelou que a entidade que dirige conta actualmente com mais de 400 membros em todo o País. No entanto, lamentou o facto de os operadores moçambicanos não receberem encomendas por parte do Executivo, pois este “prefere adquirir produtos no exterior, causando prejuízos aos nacionais e fazendo com muitos desistam da actividade.” Por sua vez, Xavier Quive, explorador de madeira nas províncias de Manica e Zambézia, na região Centro de Moçambique, reclamou sobre os excessivos postos de fiscalização ao longo das estradas nacionais. “Numa viagem até à cidade de Maputo, é possível encontrar no mínimo 30 postos.” “A lei avança que quem deve fiscalizar a madeira é a Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental, mas não é o que acontece. Ao longo da via, encontramos os agentes da Polícia da República de Moçambique, do Serviço Nacional de Investigação Criminal e dos Serviços de Informação e Segurança de Estado”, descreveu. Moçambique é actualmente o maior detentor mundial de pau-preto, uma espécie de alto valor comercial, muito procurada sobretudo na Ásia e na Europa, para a produção de mobiliário de luxo e instrumentos musicais. Contudo, a fraca fiscalização e o crescimento do contrabando têm colocado o País sob vigilância internacional. Recentemente, foi anunciado que Moçambique poderá ser banido do comércio internacional de espécies florestais em vias de extinção, incluindo o valioso pau-preto, devido ao incumprimento das normas de exportação estabelecidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). O alerta foi lançado na cidade de Lichinga, província de Niassa, durante um seminário sobre a regulamentação da CITES, por representantes da Autoridade Científica da Convenção, que manifestaram preocupação com a contínua proliferação de madeira de pau-preto nos mercados internacionais sem qualquer tipo de rastreio por parte das autoridades nacionais. Segundo dados do Governo, o sector florestal emprega cerca de 22 mil pessoas e contribui com menos de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB), mas enfrenta desafios significativos no que respeita à precariedade laboral, sobretudo nas zonas rurais.

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