“Paz ditada” pela Rússia teria riscos para economia

Este aviso partiu do Instituto de Estudos Económicos Internacionais de Viena, numa análise publicada após a divulgação do controverso “plano de paz” para a Ucrânia proposto pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.

O documento original de 28 pontos foi criticado por Kyiv e pela maioria dos líderes europeus por conter as principais exigências de Moscovo, incluindo a cessão de território ucraniano e uma drástica redução do seu exército.
Embora reconheça que ainda não se sabe o quanto dessas propostas se concretizará, o relatório considera os riscos “consideráveis” e alerta que “uma reaproximação entre os Estados Unidos e a Rússia às custas da Ucrânia e da ordem de segurança europeia abriria perspectivas cada vez mais sombrias para Kyiv e para a Europa”.
Se a Ucrânia fosse forçada a aceitar uma “paz ditada” por Moscovo, o país seria “de facto reduzido a um estado vassalo da Rússia”, o que, por sua vez, minaria o atual modelo europeu de segurança e crescimento, alertam os economistas Vasily Astrov, Richard Grieveson e Olga Pindyuk, autores do estudo.
A Ucrânia corre o risco de se tornar uma “colónia”, cujas matérias-primas seriam exploradas tanto pela Rússia como pelos EUA.
A Europa Central e Oriental veria o seu modelo de crescimento, impulsionado pelo investimento estrangeiro direto, prejudicado, com efeitos negativos sobre o crescimento, já que os investidores estrangeiros pensariam duas vezes antes de investir sem uma garantia de segurança credível, explicam os especialistas.
O restante dos países da UE veria o chamado “dividendo da paz”, desfrutado desde a Guerra Fria, chegar ao fim definitivamente sem uma garantia de segurança genuína dos EUA. Portanto, teriam que aumentar significativamente seus gastos com defesa, exacerbando o endividamento ou fazendo cortes substanciais nos gastos sociais.
Por outro lado, a Rússia beneficiaria economicamente neste cenário, mesmo considerando que teria que subsidiar os territórios recém-ocupados por décadas.
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