Executivo Quer Mobilizar Quase 270 Mil Emigrantes a Investir
O Governo pretende que quase 270 mil moçambicanos residentes no estrangeiro mobilizem o envio de remessas para investimento no País, segundo a proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2026. O documento será discutido no Parlamento nos próximos dias e inclui também a revitalização de cinco associações da diáspora.
Segundo o relatório da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, Moçambique recebeu, em 2022, 544,8 milhões de dólares (34,9 mil milhões de meticais) em remessas. Este valor contrasta com os 93,4 milhões de dólares (5,9 mil milhões de meticais) registados em 2016, mostrando um crescimento notável nos últimos anos.
O documento do Ministério das Finanças refere que o mercado nacional de remessas está estruturado em múltiplos canais e actores, que desempenham um papel crucial na estratégia de inclusão financeira. As remessas são consideradas uma componente vital do cenário dos serviços financeiros no País.a d v e r t i s e m e n t
O relatório aponta que a contínua exportação de mão-de-obra migrante, principalmente para países vizinhos como a África do Sul, contribui para o crescimento constante das remessas. “Particularmente devido à contínua exportação de mão-de-obra migrante do País para os países vizinhos, nomeadamente a África do Sul”, lê-se no documento.
Em 2019, 32% dos adultos em Moçambique enviaram ou receberam dinheiro através de remessas, um aumento face aos 23% registados em 2014. O relatório evidencia que este crescimento acompanha a maior disponibilidade e utilização de tecnologia móvel no País.
Entre os canais de envio de remessas, a moeda electrónica domina o mercado, representando cerca de 80% das transferências através de serviços baseados em telemóveis, operados por três empresas em Moçambique, “capitalizando a crescente disponibilidade e conveniência dos telemóveis no País”, sublinha o relatório.
Os canais informais representam 12% das remessas, envolvendo frequentemente redes de confiança, como grupos comunitários ou agentes de transferência de dinheiro. Além disso, 11% das remessas são enviadas através de transacções directas com familiares e amigos, proporcionando um meio pessoal e directo.
Os canais bancários representam apenas 7% do mercado de remessas em Moçambique, segundo o relatório. A estratégia do Governo aponta para a mobilização das remessas como instrumento de investimento, apoiando a inclusão financeira e fortalecendo a ligação entre a diáspora e a economia nacional.
Fonte: Lusa



Publicar comentário