PR Acusa Banca Comercial de “Criar Escassez Artificial de

PR Acusa Banca Comercial de “Criar Escassez Artificial de

O Presidente da República, Daniel Chapo, acusou os bancos comerciais de promoverem “uma escassez artificial de divisas no País”, utilizando essa situação como uma oportunidade de negócio. A declaração foi feita durante um encontro com empresários locais na província de Sofala, onde o chefe do Estado realiza uma visita de trabalho desde o dia 14 de Julho, informou a agência Lusa.

“Quando há escassez da moeda estrangeira, começa-se a transformar essa escassez em oportunidade de negócio. Isto acontece até nos bancos comerciais. Vocês fazem negócio todos os dias. Não há uma verdadeira escassez de divisas, é uma escassez criada”, afirmou Daniel Chapo.

A Confederação das Associações Económicas (CTA), principal organização empresarial do País, alertou em Fevereiro para os efeitos da falta de divisas no mercado bancário, destacando que essa situação “está a afectar sectores como a saúde, aviação, combustíveis e importação de produtos alimentares”.a d v e r t i s e m e n t

Durante o encontro, Daniel Chapo questionou a alegada escassez, afirmando que “nunca faltou moeda estrangeira para distribuir dividendos entre eles (os bancos) ou para pagar os seus salários”. O Presidente observou que a dificuldade surge apenas para empresários locais que necessitam de importar bens, exemplificando com o caso de Félix Machado, empresário da província de Sofala.

O Presidente da República apelou ao Banco de Moçambique (BdM) para que adopte uma “política cambial transparente” que permita a disponibilização de divisas para os empresários, em vez de manter uma posição de “guardião de escassez”.

O Presidente da República, Daniel Chapo, acusou os bancos comerciais de promoverem “uma escassez artificial de divisas no País”, utilizando essa situação como uma oportunidade de negócio

Entretanto, os dados mais recentes indicam uma recuperação das Reservas Internacionais Líquidas (RIL), que em Maio atingiram 3,8 mil milhões de dólares (242 mil milhões de meticais), o valor mais alto dos últimos quatro anos. O Banco de Moçambique registou três aumentos consecutivos nas reservas, após terem caído para 3,5 mil milhões de dólares (223 mil milhões de meticais) em Fevereiro. Em Março, houve um crescimento de 1%, seguido de 4,3% em Abril e mais 1,5% em Maio.

O montante de reservas registado em Maio cobre mais de três meses de necessidades estimadas de importações.

No final de Maio, o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, reconheceu que o País passou por um processo de “dolarização” da economia no final de 2024 e início de 2025, impulsionado pela crise pós-eleitoral. A situação culminou numa tentativa de retirada de divisas dos bancos comerciais.

“Janeiro foi o momento mais difícil, direi, a partir do final do ano, Dezembro. Depois as coisas tranquilizaram”, afirmou o governador, durante uma conferência de imprensa no final da reunião do Comité de Política Monetária.

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