“Procura Por Produtos de Saúde Vai Atingir Proporções

“Procura Por Produtos de Saúde Vai Atingir Proporções

O Banco Mundial, através de um estudo realizado pela Corporação Financeira Internacional (IFC), revelou que as fábricas moçambicanas de medicamentos e outros produtos hospitalares produzem anualmente cerca de mil milhões de comprimidos, sublinhando que a procura por produtos de saúde deverá aumentar até 2038 no País.

No documento citado pela Lusa, a entidade explica que a Indústria Farmacêutica e Fábrica Nacional de Medicamentos (INFARMA) emprega 300 pessoas, sendo que o País já estabeleceu capacidades de produção para vários produtos farmacêuticos, incluindo sólidos orais, gases medicinais, dispositivos médicos, desinfectantes e antissépticos.

“Embora a indústria farmacêutica moçambicana ainda esteja em fase inicial, o País tem potencial para expandir a sua capacidade local, passando a incluir a produção de vacinas e outros produtos auxiliares. É essencial impulsionar a demanda interna e criar oportunidades de exportação, aproveitando os esforços contínuos de integração regional”, argumenta-se no estudo.

Segundo os dados demonstrados, o sector manufactureiro local precisa de mais mão-de-obra qualificada, destacando que “a instabilidade no fornecimento de energia e a má qualidade da água constituem desafios para a produção farmacêutica.”

De acordo com o estudo, a demanda por produtos de saúde em Moçambique vai atingir proporções elevadas até 2038, devido ao crescimento populacional, por isso, recomenda “o fortalecimento dos laboratórios de controlo de qualidade para testar diversos produtos e garantir a circulação de medicamentos de qualidade aceitável no País.”

“Devem ser feitas reformas legais no sector da saúde, promover o desenvolvimento de infra-estrutura industrial de qualidade para produtos farmacêuticos, investir em boas redes de transporte e logística, desenvolver incentivos específicos para a produção local, fornecer linhas de crédito para apoiar as operações e educar e atrair talentos humanos para a indústria”, frisou.

A venda informal de medicamentos é considerada um problema de saúde pública, pois não garante a qualidade e segurança dos produtos

Recentemente, o Executivo avançou que, nos próximos anos, vai passar a alocar 1% do orçamento destinado ao sector da saúde para promover a investigação científica e incentivar a produção local de fármacos, para contribuir para a redução em 30% da dependência externa de medicamentos até 2030.

“Pretendemos continuar a trabalhar para garantir a produção local dos medicamentos e reduzir a dependência em 30% até 2030. Neste momento, 90% de todos os fármacos e produtos de saúde existentes no nosso país são importados, e é preciso reverter este cenário”, explicou o secretário permanente do Ministério da Saúde (MISAU), Ivan Manhiça.

Citado numa publicação da Lusa, o responsável admitiu que o alcance da meta vai “exigir financiamento adicional” face à exiguidade de recursos, incluindo os que são alocados anualmente para o sector da saúde, dentro do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE).

Em Maio, o ministro da Saúde, Ussene Isse, tinha revelado que nos primeiros cinco meses deste ano haviam sido gastos 9,4 mil milhões de meticais (145,8 milhões de dólares) na aquisição de medicamentos e material hospitalar, garantindo haver stock suficiente até ao final do ano.

“Nos primeiros cinco meses deste ano, distribuímos medicamentos e material para tratar as principais doenças que afectam as pessoas no nosso país, nomeadamente doenças diarreicas, respiratórias, hipertensão arterial, diabetes, tuberculose e malária”, destacou.

Intervindo no Parlamento, durante a sessão de perguntas dos deputados, o governante voltou a admitir a existência de “desafios” para travar o roubo de medicamentos, mas adiantou que, só este ano, o “Ministério da Saúde já expulsou cinco funcionários envolvidos no desvio dos fármacos.”a d v e r t i s e m e n t

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