Governo Quer Novos Militares a Influenciar o Combate à
a d v e r t i s e m e n tO Presidente da República, Daniel Chapo, exortou nesta segunda-feira, 15 de Dezembro, os novos militares formados a influenciarem positivamente o combate à violência extremista que acontece na região norte de Moçambique.
“Moçambique espera que este grupo de graduados influenciem positivamente a balança do combate ao terrorismo nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, principalmente em Eráti e Memba, e Niassa, na zona de Mecula. Que estejam sempre em prontidão em defesa dos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo”, apelou o chefe do Estado durante cerimónia de graduação de oficiais militares em Nampula.
O governante pediu que os novos formados se inspirem “nos mais valorosos militares” da pátria e história do País, respeitando “rigorosamente” as convenções internacionais sobre direitos humanos, para reforçar a confiança e legitimidade das Forças de Defesa e Segurança (FDS) junto da sociedade.
Na ocasião, Chapo agradeceu aos militares moçambicanos, do Ruanda e aos paramilitares da força local por combaterem de forma “destemida e sem tréguas” os rebeldes que protagonizam ataques armados nas três províncias do norte de Moçambique.
“Não nos esquecemos dos membros das Forças de Defesa e Segurança, dos integrantes da força local, assim como os nossos aliados do Ruanda, a quem agradecemos por combaterem o terrorismo, quer faça sol, frio, chuva ou vento, de segunda a segunda nas matas”, declarou.
Na semana passada, o Governo admitiu estar a reforçar “o grau de prontidão” para evitar novos ataques extremistas nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, na região norte de Moçambique, admitindo que ainda prevalecem desafios para a protecção das comunidades.
Falando no Parlamento, durante a sessão de perguntas e respostas dos deputados, o ministro da Defesa, Cristóvão Chume, afirmou que as autoridades estão a privilegiar uma estratégia holística e integrada que conjuga intervenções nos domínios militar, humanitário, de desenvolvimento e de cooperação internacional.
O governante prometeu que o Executivo vai continuar a reforçar as Forças de Defesa e Segurança (FDS), ao mesmo tempo que vai impulsionar estudos e pesquisas que visam aprofundar a compreensão sobre a arquitectura que envolve o grupo extremista, o que inclui a sua cadeia de logística e de financiamento, as suas lideranças, intenções e o modo operacional.
Recentemente, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) fez saber que mais de 66 mil pessoas fugiram de dois postos administrativos em Memba, na província de Nampula, norte de Moçambique, devido ao alastramento dos ataques de grupos terroristas.
“Confirma-se o deslocamento de 13 131 famílias, cerca de 66,1 mil pessoas, entre os dias 16 e 22 de Novembro, do distrito de Memba para o de Eráti, ambos em Nampula. A população, composta também por mulheres grávidas e crianças, fugiu dos postos administrativos de Mazua e Chipene que estão próximos da vizinha província de Cabo Delgado”, esclareceu a entidade através de um relatório.
Desde Outubro de 2017, Cabo Delgado – província rica em recursos naturais, nomeadamente gás – tem sido palco de uma insurgência armada que já provocou milhares de mortos e originou uma crise humanitária com mais de um milhão de deslocados internos.
Em Abril, os ataques alastraram também à vizinha província do Niassa. Um dos episódios mais graves ocorreu na Reserva do Niassa e no Centro Ambiental de Mariri, no distrito de Mecula, onde grupos armados não estatais atacaram instalações, roubaram bens, destruíram acampamentos e uma aeronave do parque. Estes actos resultaram na morte de, pelo menos, duas pessoas, e levaram à deslocação de mais de dois mil indivíduos, dos quais 55% crianças.a d v e r t i s e m e n t



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