Quase 150 Mil Pessoas Estão em Situação de Emergência e

Quase 150 Mil Pessoas Estão em Situação de Emergência e

O Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) fez saber que quase 150 mil pessoas estão em situação de emergência em Moçambique e necessitam de apoio, assim como mais de 114 crianças enfrentam a desnutrição aguda.  

“Os resultados da projecção mostram que 144 mil moçambicanos estão em situação de emergência, necessitando de um apoio. Há crianças dos seis meses até aos 5 anos que sofrem com a desnutrição aguda e precisam de assistência de saúde”, explicou Judite Mussácula, secretária executiva do SETSAN.

A responsável afirmou que o Governo está a monitorizar os distritos mais afectados, para não aparecerem casos mais graves, e que há esforços em curso para melhorar os indicadores de desnutrição nas crianças, com destaque para a nova estratégia de segurança alimentar lançada em Junho pelo Executivo.

Recentemente, o relatório anual da Rede Global Contra as Crises Alimentares (GNAFC) colocou Moçambique entre os três países lusófonos estudados – juntamente com Guiné-Bissau e Timor-Leste -, que enfrentaram níveis elevados de insegurança alimentar aguda em 2024.

Segundo o documento, em Moçambique, cerca de 4,9 milhões de pessoas, ou 24% da população analisada, enfrentaram níveis elevados de insegurança alimentar aguda em 105 dos 156 distritos existentes, durante a época de escassez.

O estudo apontou que estes números são uma “conjugação da violência que assola o País”, principalmente na região Norte, em Cabo Delgado, “de eventos climáticos extremos” e de “crises económicas”.

A seca provocada pelo fenómeno climático El Niño, associado a temperaturas elevadas, comprometeu a campanha agrícola de 2023-24, ao mesmo tempo que inundações e tempestades tropicais — como o ciclone Chido e a tempestade Filipo — danificaram dezenas de milhares de hectares de culturas e infra-estruturas, segundo dados do estudo.

No ano em análise, famílias vulneráveis esgotaram os seus stocks alimentares precocemente e passaram a depender do mercado já no início da época de escassez.

“O conflito prolongado em Cabo Delgado estabilizou na segunda metade de 2024. No entanto, ataques intermitentes continuaram a ocorrer, dificultando o acesso a terras agrícolas, perturbando mercados e trocas comerciais, e reduzindo a disponibilidade de alimentos”, diz a nota.a d v e r t i s e m e n t

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