Navio Retido no Porto da Beira Por Suspeita de Tráfico de

Navio Retido no Porto da Beira Por Suspeita de Tráfico de

advertisement As autoridades florestais anunciaram que interditaram nesta sexta-feira, 22 de Agosto, no porto da Beira, na província de Sofala, região Centro de Moçambique, um navio com 111 contentores, por suspeita de contrabando de madeira proibida para exportação, salientando que a embarcação seguia viagem para a China. “Há uma necessidade de reverificação da mercadoria. Suspeita-se da existência, nestes contentores, de madeira em toro”, explicou o chefe do Departamento de Fiscalização ao nível da Agência Nacional para Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA), Arsénio Chelengo. Intervindo durante o processo de inspecção, o responsável, citado pela Lusa, explicou que decorre, actualmente, o processo de confrontação faseada dos contentores, em resposta a uma denúncia de irregularidades no produto da embarcação. “Estamos numa fase inicial dos trabalhos, há ainda muito para descarregar.” Recentemente, a Federação Moçambicana de Operadores de Madeira (Fedemoma) pediu ao Governo para trabalhar na fixação de preços de referência para produtos florestais madeireiros, bem como na redução de postos de controlo ao longo das estradas nacionais, de modo a tornar o negócio sustentável. “Tabaco, castanha e demais produtos têm um preço de referência. Neste sentido, o sector florestal também clama por um, considerando que existem os custos de produção que não podem ser inferiores aos de compra. No negócio de madeira, o comprador é quem marca o preço, o que não é sustentável”, afirmou o vice-presidente da Fedemoma, António Silva. Moçambique é actualmente o maior detentor mundial de pau-preto, uma espécie de alto valor comercial, muito procurada sobretudo na Ásia e na Europa, para a produção de mobiliário de luxo e instrumentos musicais. Contudo, a fraca fiscalização e o crescimento do contrabando têm colocado o País sob vigilância internacional. Recentemente, foi anunciado que Moçambique poderá ser banido do comércio internacional de espécies florestais em vias de extinção, incluindo o valioso pau-preto, devido ao incumprimento das normas de exportação estabelecidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). O alerta foi lançado na cidade de Lichinga, província de Niassa, durante um seminário sobre a regulamentação da CITES, por representantes da Autoridade Científica da Convenção, que manifestaram preocupação com a contínua proliferação de madeira de pau-preto nos mercados internacionais sem qualquer tipo de rastreio por parte das autoridades nacionais. Segundo dados do Governo, o sector florestal emprega cerca de 22 mil pessoas e contribui com menos de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB), mas enfrenta desafios significativos no que respeita à precariedade laboral, sobretudo nas zonas rurais. A desflorestação em Moçambique afectou 875 453 hectares entre 2019-2022, atingindo sobretudo as províncias de Niassa e da Zambézia, de acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística. Em Junho, as autoridades moçambicanas apreenderam 30 toneladas de carvão vegetal na fronteira de Ressano Garcia, província de Maputo, por suspeita de exploração e transporte ilegal para a vizinha África do Sul.advertisement

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