Greve? Governo dá “mais tempo” à UGT, que aplaude mas

Greve? Governo dá "mais tempo" à UGT, que aplaude mas

A União Geral de Trabalhadores (UGT) entrega, esta quinta-feira, 20 de novembro,o pré-aviso de greve geral para o dia 11 de dezembro, paralisação convocada em convergência com a CGTP, que entregou o documento na segunda-feira. O Governo já disse que vai dar “mais tempo” à central sindical para analisar a nova proposta de alteração à lei laboral, entretanto apresentada. “A UGT pediu mais tempo para analisar o anteprojeto (de reforma à legislação laboral) e para analisar as propostas de alteração ao mesmo que tínhamos avançado na última reunião”, afirmou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em declarações aos jornalistas, após a reunião bilateral com a UGT, realizada ontem. E dada “a importância deste dossier” e pelo facto de esta central sindical ser “um parceiro muito forte”, o Executivo “concederá à UGT o tempo suficiente para fazer essa análise”, acrescentou a governante. “Não temos qualquer razão para recusar, apesar de o clima ser de aproximação de uma greve (geral). Portanto, vamos dar à UGT o tempo que ela pediu e depois recomeçaremos”, indicou Rosário Palma Ramalho, escusando-se, no entanto, a adiantar um prazo concreto. UGT aplaudiu a “maior abertura” Já o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, aplaudiu a “maior abertura” do Executivo na nova proposta e garantiu que a central sindical mantém disponibilidade para negociar. Porém, só depois da greve geral. “Amanhã vamos fazer aqui a entrega de pré-aviso de greve, com os dirigentes dos nossos sindicatos e até ao dia 11 (de dezembro) e depois no dia 12 (de dezembro) estaremos disponíveis logo para nos sentar à mesa”, referiu. O secretário-geral da UGT disse hoje que a central sindical vai entregar na quinta-feira o pré-aviso de greve geral e disse esperar que na reunião de hoje o Governo apresente “novas medidas”. Lusa | 17:50 – 19/11/2025 “O diálogo não tem prazo como os iogurtes” Em resposta, o ministro dos Assuntos Parlamentares salientou, em entrevista à Renascença e ao Público, que o diálogo com centrais sindicais “não tem prazo” e promete disponibilidade total por parte do Executivo. Apesar disso, Abreu Amorim critica a “iniciativa radical” dos sindicatos em convocar uma grave geral. “As negociações têm vindo a existir praticamente desde julho, desde que o documento foi apresentado. Este Governo não vai abdicar do diálogo; daí o Governo considerar que esta greve geral não só é extemporânea como é, de alguma forma, uma tentativa de alguns mais radicais e mais extremistas de acabar com o diálogo. Não se faz uma greve geral a meio de uma negociação. A intenção só pode ser uma: tentar acabar com o diálogo. Não vão conseguir, o diálogo vai continuar. O diálogo não tem prazo como os iogurtes. Portanto, é uma predisposição que é inteira, que é perene. Até quando, não sei”, atirou o governante. As mais recentes reações Depois da reunião entre Governo e UGT, os líderes dos principais partidos da oposição reagiram ao que foi dito aos jornalistas, tanto da parte da central sindical como do Executivo. O presidente do Chega, André Ventura, considerou que a UGT está a ser “fortemente manipulada pelo PS” no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP. “Fico com a sensação clara que a UGT está a ser fortemente manipulada pelo PS. Francamente. Lamento dizer isto assim, mas fico com a sensação que não está preocupada com a defesa dos trabalhadores, não está preocupada com a defesa das mães, não está preocupada com os despedimentos, está preocupada com fazer a vontade ao PS. E isso custa”, criticou André Ventura. Já José Luís Carneiro, do PS, começou por confirmar que, a pedido da UGT, o grupo parlamentar do partido se reuniu com a central sindical – que também teve encontros esta manhã com o Chega e o Livre -, não tendo ainda possibilidade de falar com os deputados, mas enfatizando que as razões para aderir à greve geral “são públicas”. Perante a insistência sobre o pacote laboral, o líder do PS recordou que a 3 de agosto, precisamente numa reunião com a UGT, avisou para “a gravidade das propostas” do Governo, que é de “uma grande desumanidade e coloca em causa valores fundamentais na proteção dos mais jovens, das mulheres trabalhadoras, das famílias e dos mais vulneráveis”. Carneiro escusou-se a comentar a acusação do líder do Chega de que UGT está a ser “fortemente manipulada pelo PS”. Leia Também: UGT entrega pré-aviso de greve na 5.ª feira e espera “novas medidas”

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