PELA primeira vez em muitos anos, a batalha de Marracuene será recordada sem festa, devido à pandemia do novo coronavírus, que “estragou” os planos feitos pelos organizadores.
Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 1918 | Categoria: Cultura
É por esta via que 2020 ficará na história como um ano em que o distrito de Marracuene não pôde realizar o já tradicional “Festival Gwaza Muthini”.
Sob o lema “126 Anos de Resistência Cultural às Adversidades”, irão decorrer actividades que, num verdadeiro espírito de resiliência, não permitirão que esta data (2 de Fevereiro) passe em branco.
Neste sentido, a efeméride será marcada por acções simbólicas, como a realização das habituais cerimónias de evocação de espíritos e deposição de uma coroa de flores no monumento Gwaza Muthini.
Assim, espera-se que seja o evento mais curto. Durará apenas duas horas, entre às 6.00 e 8.00 horas.
O centro destes actos será a vila-sede de Marracuene. O recinto contará com um forte contingente policial para amainar os ânimos da população e evitar que o mesmo seja palco de venda de bebidas.
A tradicional bebida “canhú” estará apenas disponível aos convidados.
“Não queremos ser um centro de contaminação da Covid-19”, disse o porta-voz do evento Justino Cuna.
Ainda assim, desenhou-se um evento marcado por apresentar um lado mais solidário, afinal, o governador da província de Maputo, Júlio Paruque doará cestas alimentícias às famílias carenciadas daquele distrito.
Este evento que também encerra a época do canhú será antecedido, no sábado, entre às 5.00 e 12.30 horas, por uma cerimónia de despedida aos mabjaias, nas matas sagradas daquela tribo, guerreiros cujos restos mortais foram ali enterrados.
Este evento será também limitado a 50 indivíduos, entre representantes do Governo, Associação dos Amigos e Naturais de Marracuene (AMETRAMO), guerreiros do régulo Mabjaia, jornalistas e outros acompanhantes.