Angola com quota diminuída mas isenta de cortes na OPEP

A quota de produção de Angola na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cai em cinco por cento, ou para menos 70 mil barris por dia (bpd), de 1,525 milhões para 1,450 bpd, a despeito do corte decidido na quarta-feira entre os membros do cartel e produtores aliados, a OPEP+.


Escrita Por: Administração | Publicado: 2 years ago | Vizualizações: 23 | Categoria: Internacional


Estes números foram obtidos, quinta-feira(6), em Luanda, de uma fonte que lembrou que o corte da quota só vincula Angola, se o país, com uma produção de 1,175 milhões de bpd, aproximar-se ou superar o valor estabelecido como quota de produção. O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, representou Angola na reunião realizada em Viena, Áustria, a primeira presencial depois da eclosão da pandemia da Covid-19, em Março de 2020. A produção angolana de petróleo, situada em 1,175 milhões de bpd, cresceu 3,8 por cento de Janeiro a Agosto, com autoridades do país e analistas a preverem que mantenha a tendência pelo resto do ano, ascendendo inteiros 4,4 por cento. "A produção de petróleo em Angola continua melhor este ano, em linha com a nossa projecção; a produção cresceu 3,8 por cento, para 1,17 milhões de barris por dia de Janeiro a Agosto, face ao mesmo período do ano passado, e a nossa perspectiva de curto prazo é optimista, com uma previsão de aumento da produção de 1,13 milhões de barris por dia em 2021, para 1,18 milhões este ano”, escreveram, no fim de Setembro, os analistas da consultora internacional Oxford Economics Africa. Naquela avaliação, a companhia atribuía a previsão de crescimento à operação de novos projectos no país, em breve, declarando optimismo quanto à Fase 2 do projecto Zinia, da TotalEnergies, e o projecto Cuida, da italiana Eni, cuja produção começou em Maio e Agosto de 2021, respectivamente, para além dos projectos Cabaça Norte e Ndungu. Corte e Críticas Na quarta-feira, a associação de produtores de petróleo OPEP+ concordou com um corte de dois por cento na produção global de petróleo, tendo logo a seguir a Administração norte-americana a criticar a decisão, considerando que esta revela "falta de visão” perante o estado da economia global. Os analistas esperam que o corte de dois milhões de bpd, o maior desde a adopção da Declaração de Cooperação (DoC, sigla em inglês), em 2020, não só irá ter um impacto no aumento dos preços dos combustíveis, como também restringir a estratégia norte-americana para reduzir os lucros russos. No encontro esteve presente o vice-Primeiro-Ministro russo, Alexander Novak. As notícias divulgadas, quarta-feira(6), pela imprensa internacional diziam o corte sucede a um esforço diplomático concertado, mas mal sucedido, por parte de Washington para interromper o corte na produção de petróleo. Garantir o preço do barril "provou ser muito mais importante para os seus membros do que fazer a Rússia pagar um preço por invadir a Ucrânia”, escrevem os analistas David E. Sanger e Ben Hubbard na jornal norte-americano The New York Times. A decisão do cartel petrolífero é indicadora de que a influência do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre os aliados do Golfo será muito menor do que esperava, escreve a publicação norte-americana: "Expõe o fracasso da diplomacia de Biden com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman”. O Presidente Joe Biden deslocou-se em Julho à Arábia Saudita, onde se reuniu com o príncipe Bin Salman, dano lugar a um suposto acordo secreto que assentava num aumento de produção em cerca de 750 mil bpd na Arábia Saudita. Os Emirados Árabes Unidos seguiriam o exemplo com mais 500 mil bpd, com o que se esperava que o preço do gás russo baixasse, reduzindo significativamente a capacidade da Rússia para financiar a guerra na Ucrânia. Durante Julho e Agosto, a produção saudita aumentou, mas no último mês o país do Golfo que lidera a OPEP recuou no entendimento com os Estados Unidos. Os principais produtores de petróleo entendem que, se a recessão global reduzir os preços abaixo de 80 dólares por barril, a estabilidade social é ameaçada devido aos lucros orçamentais serem menores. Fonte: Jornal de Angola - https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/angola-com-quota-diminuida-mas-isenta-de-cortes-na-opep/
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