Finantia: “Acções da HCB Estão a Ser Vendidas Abaixo do Seu Valor Real”
Aconsultora Finantia lançou na quinta-feira, 14 de Setembro, em Maputo, um estudo sobre o Mercado de Capitais em Moçambique, cobrindo algumas das empresas cotadas com maior notoriedade, de onde se concluiu que as acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) estão a ser vendidas abaixo do seu valor real.
Escrita Por: Administração |
Publicado: 1 year ago |
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Categoria: Desenvolvimento
Aconsultora Finantia lançou na quinta-feira, 14 de Setembro, em Maputo, um estudo sobre o Mercado de Capitais em Moçambique, cobrindo algumas das empresas cotadas com maior notoriedade, de onde se concluiu que as acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) estão a ser vendidas abaixo do seu valor real.
O que aconteceu foi que, quando empresa foi admitida ao mercado bolsista, em 2019, cada acção transaccionada tinha uma cotação inicial de três meticais. Dois meses depois, as acções da HCB sofreram uma notável valorização, tendo atingido o valor de 13,75 meticais. Entretanto, o preço caiu para 1,17 meticais por acção em Outubro de 2022 e actualmente a transacção é feita a um valor de 2,5 meticais por acção.
Uma pesquisa independente, levada a cabo pela consultora Finantia, concluiu que o actual valor da venda não corresponde ao valor real das acções. “Olhando de uma forma técnica para a HCB e olhando para aquilo que são os resultados e aquilo que têm feito, a empresa vale mais do que a acção cotada agora no mercado. Ou seja, os investidores estão a vender e a comprá-la a um valor abaixo daquilo que vale”, explicou o managing partner da Finantia, André Nogueira.
O presidente do Conselho de Administração (PCA) da HCB, Tomás Matola, explicou que tal facto se deve a uma parte significativa dos investidores da última oferta pública de acções ser constituída por particulares que tomam decisões sem a informação devida ao venderem as suas acções abaixo do preço.
“Alguns investidores podem ter sido defraudados quando se pagou o primeiro dividendo. Provavelmente acreditavam que investindo em 100, 200 ou 300 acções, no momento de pagamento dos dividendos, receberiam 50% ou 100% do seu investimento”, explicou o responsável pela HCB, acrescentando ser necessário fazer-se um exercício para se informar os investidores por forma que tomem decisões mais acertadas.
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores (BVM), Salim Valá, explicou que a depreciação do preço das acções não tem qualquer relação com a performance e valor da HCB: “uma empresa com uma boa performance, com um bom desempenho, com bons resultados, com lucratividade a distribuir dividendos, tem um lado paradoxal: é que o valor das acções não faz jus àquilo que estamos a dizer, pois anda a 2,5 meticais por acção, que devia estar, segundo a avaliação, não menos que quatro meticais”, explicou.
Através do primeiro estudo sobre Mercado de Capitais em Moçambique, a BVM e a Finantia esperam contribuir para o desenvolvimento do Mercado de Capitais em Moçambique para que este cumpra o seu papel de plataforma de financiamento da economia, alargando a liquidez das empresas e colmatando uma lacuna fundamental que tem afectado o adequado financiamento das empresas e a sua lucratividade.
Fonte; https://www.diarioeconomico.co.mz/2023/09/20/mercados/bolsa-de-valores/finantia-accoes-da-hcb-estao-a-ser-vendidas-abaixo-do-seu-valor-real/