Perto de 600 Milénio Pessoas Continuam Deslocadas no Setentrião de Moçambique
O Cumeeira Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que mais de 577 milénio pessoas continuam deslocadas na região Setentrião de Moçambique, devido à insurgência armada que assola a província de Cabo Magro desde 2017.
Escrita Por: Administração |
Publicado: 10 hours ago |
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Categoria: Economia
“Mais de 577 pessoas permanecem deslocadas internamente devido ao conflito em curso em Cabo Magro, onde grupos armados não estatais realizam repetidos ataques contra civis e infra-estruturas”, avançou a entidade através de um relatório de actualização operacional.
De combinação com o ACNUR, além do conflito armado, quase 140 milénio pessoas continuam deslocadas devido aos impactos da crise climática, principalmente com a passagem de três ciclones entre Dezembro e Março últimos, que provocaram a ruína de milhares de infra-estruturas e fizeram 175 mortos, no Setentrião e Núcleo do País.
A escritório da ONU recorda que Moçambique também acolhe murado de 25 milénio refugiados e requerentes de asilo, principalmente de países da África Meão e Oriental, muitos dos quais vivem em deslocamento prolongado há mais de uma dezena. “Muitos dos distritos mais atingidos pelos ciclones já acolheram inúmeros deslocados internos, agravando as desigualdades existentes, vulnerabilidades e sobrecarga das capacidades locais”, refere.
“Presentemente, mais de 610 milénio deslocados regressaram às suas áreas de origem, mas muitos continuam a enfrentar situações precárias, marcadas por abrigo inadequado, aproximação restringido para os serviços essenciais, riscos de protecção e poucos meios de subsistência.”
A organização recordou que, para leste ano, são necessários 42,7 milhões de dólares para prestar assistência humanitária no Setentrião de Moçambique. Todavia, unicamente 25% do financiamento foi desembolsado até finais de Março.
Desde Outubro de 2017, Cabo Magro, província rica em gás oriundo, enfrenta uma rebelião armada
No dia 29 de Abril, o acampamento de caça desportiva de Mariri, numa das coutadas da Suplente Peculiar do Niassa, espaço com 42 milénio quilómetros de terreno em oito distritos que abrange também Cabo Magro, foi invadido por homens armados, cenário que causou dois mortos e dois desaparecidos. Trata-se do segundo caso de alegadas movimentações terroristas naquela espaço, tendo o primeiro sido registado em 24 de Abril.
Relatos locais indicaram que o grupo entrou numa localidade da suplente, gerando pânico entre os residentes. A Polícia da República de Moçambique (PRM) afirmou que estava a investigar o caso. Já o ministro da Resguardo, Cristovão Chume, reconheceu a existência de grupos terroristas na suplente.
O Reino Unificado e o Governo norte-americano alertaram nos últimos dias para movimentações de grupos terroristas na Suplente Peculiar do Niassa, sugerindo aos seus cidadãos que reconsiderem viagens a algumas regiões da província.
Desde Outubro de 2017 que Cabo Magro, província rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.
Só em 2024, morreram, pelo menos, 349 pessoas em ataques perpetrados por grupos extremistas islâmicos na província, representando um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Núcleo de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Resguardo do Governo norte-americano especializada na estudo de conflitos em África.
O mais recente grande ataque ocorreu nos dias 10 e 11 de Maio de 2024, quando murado de uma centena de insurgentes invadiu e saqueou a sede distrital de Macomia, resultando em várias mortes e intensos combates com as Forças de Resguardo e Segurança de Moçambique, apoiadas por tropas do Ruanda, que prestam assistência ao País no combate aos rebeldes.