Os receios dos portugueses para o ano de 2021 deve-se ao “aumento do seu desconforto financeiro”, face ao contexto pandémico. Mais de 19% está numa situação financeira fragilizada. Antes da pandemia, apenas 7,3% admitiam essa situação, segundo o estudo “Lifestyle e decisões de investimento das famílias portuguesas em 2021”.
Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 20 | Categoria: Internacional
A pandemia está a levar os portugueses a adiar decisões e investimentos, de acordo com um estudo da ISAG-European Business School e do Centro de Investigação de Ciências Empresariais e de Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC), divulgado esta terça-feira. O ano de 2021 será de estagnação no que diz respeito às grandes mudanças de vida e investimentos, concluíram os investigadores.
Segundo o análise “lifestyle e decisões de investimento das famílias portuguesas em 2021”, a grande maioria dos portugueses (76,2%) não estão pessimistas com evolução da economia portuguesa, no contexto da pandemia. Nesse sentido, entre os inquiridos no estudo, 77,9% dos portugueses recusa pensar numa mudança de emprego e 84,7% nem está à procura de um novo emprego.
Destes, os investigadores destacam a geração millennial, que “mostra estar atualmente a abandonar a mobilidade laboral que a caracteriza”. “Se compararmos a outras gerações, continuarão a ser os millennials os mais disponíveis para mudar de emprego. No entanto, apenas 31,6% destes millennials admitiram fazê-lo em 2021, um valor muito baixo quando pensamos que a troca frequente de emprego, com a procura de novos desafios e oportunidades, é característica desta geração”, explicam as coordenadoras científicas do CICET-FCVC e docentes do ISAG – European Business School, Ana Pinto Borges e Elvira Vieira.
“De referir ainda que 85,9% dos que afirmaram querer mudar de emprego irão procurar trabalho por conta de outrem, desvalorizando a criação de negócios e o empreendedorismo que vinham crescendo, nos últimos anos, entre os millennials”, acrescentam, citadas em comunicado.
Nas decisões familiares, casar e constituir família este ano não é uma opção para 89,8%. Entre os que já têm filhos, 94,1% não pensa em ter mais filhos em 2021.
Relativamente às finanças pessoais, 82,8% dos portugueses que não pensa em comprar casa este ano e, entre os portugueses que já são donos de um imóvel, 91% não pensa em comprar uma nova casa. A mesma lógica foi identificada relativamente à compra de um automóvel. Entre os que não são têm carro, 85% não vai comprar o seu primeiro carro em 2021 e, entre os que já têm carro próprio, 94,2% não pretende comprar um novo veículo.
Sobre o investimento em títulos financeiros, os investigadores concluíram que, embora 71,3% dos portugueses não revele propensão em investir, entre os portugueses com capacidade para investir, são os mais velhos que estão mais disponíveis a realizar investimentos.
“Apesar de este ser um ano em que poucos tencionam realizar investimentos, o estudo, ao comparar as várias gerações, mostrou que os baby boomers (61 aos 78 anos) estarão disponíveis para gastar mais dinheiro tanto em investimentos financeiros (numa média superior a 61 mil euros) como na compra de carro (mais de 39 mil euros). Já na compra de habitação, será a Geração X (40 aos 60 anos) a gastar mais, com um investimento médio de mais de 482 mil euros”, concluíram os investigadores.
A postura dos portugueses para 2021 deve-se ao “aumento do seu desconforto financeiro”, face ao contexto pandémico. Atualmente, 19,6% dos portugueses considera que a sua situação financeira é “desconfortável ou muito desconfortável”. Ora, antes da pandemia, apenas 7,3% admitiam estar numa situação financeira fragilizada.
Do mesmo modo, do cenário antes da pandemia para o atual, houve uma diminuição dos 66,6% para os 52% nos inquiridos que se diziam confortáveis ou muito confortáveis com as suas finanças.
O estudo hoje divulgado foi realizado entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, tendo sido inquiridos uma de 1.063 respondentes residentes em Portugal.