Reino Unido propõe cessar fogo em zonas de conflito para vacinação

O Reino Unido vai urgir hoje o Conselho de Segurança da ONU a aprovar uma resolução que promova o cessar-fogo em zonas de conflito para permitir a vacinação contra a covid-19 a populações deslocadas ou refugiadas.


Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 27 | Categoria: Internacional


O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, vai lançar a iniciativa durante uma reunião por videoconferência do Conselho de Segurança, onde pretende abordar a distribuição de vacinas a nível mundial, adiantou em comunicado.

"A cobertura global da vacinação é essencial para vencer o coronavírus", vai dizer na reunião, que vai conduzir no âmbito da presidência do Conselho de Segurança durante o mês de fevereiro.

Raab vai argumentar que deixar o vírus continuar a espalhar-se em áreas sem campanhas de vacinação aumenta o risco maior de novas variantes se instalarem ou desenvolverem e desencadearem novas vagas da pandemia covid-19 no resto do mundo.

Estima-se que mais de 160 milhões de pessoas corram o risco de ser excluídas da vacinação contra o coronavírus, como no Iémen, Sudão do Sul, Somália e Etiópia, por falta de assistência devido à instabilidade política e conflitos locais.

O Reino Unido quer que o Conselho de Segurança chegue a entendimento sobre uma resolução que promova cessar-fogo temporários e o acesso de organizações humanitárias e agências internacionais nestas regiões, à semelhança do que aconteceu em 2001 no Afeganistão.

Na altura, foi alcançada uma pausa de dois dias nos combates para dar acesso a 35 mil profissionais de saúde e voluntários para vacinar 5,7 milhões de crianças com menos de cinco anos contra a poliomielite.

"Temos o dever moral de agir e a necessidade estratégica de nos unirmos para derrotar este vírus", defende Raab.

A iniciativa faz parte de uma ofensiva diplomática britânica sobre a pandemia covid-19 e a distribuição equitativa das vacinas, temas no topo da agenda de uma cimeira virtual de líderes do G7 na sexta-feira.

Organizada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a reunião faz parte do programa da presidência rotativa do Reino Unido do grupo dos sete países considerados mais industrializados, formado pelo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA, juntamente com a União Europeia (UE).

Vai também ser o primeiro evento de dirigentes internacionais com a participação do presidente norte-americano, Joe Biden.

O Reino Unido prometeu 548 milhões de libras (625 milhões de euros), sendo um dos maiores financiadores da iniciativa COVAX, liderada pela Organização Mundial da Saúde, que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas contra a covid-19, com 1,3 mil milhões de doses.

Destas, 330 milhões estão previstas serem distribuídas até julho em países em desenvolvimento.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.408.243 mortos no mundo, resultantes de mais de 109 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.522 pessoas dos 788.561 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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