O VICE-PRESIDENTE do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) Mateus Magala disse, em entrevista à Lusa, que foram abertas duas linhas de crédito em Moçambique e Angola, de 70 milhões de dólares, ao abrigo do Compacto Lusófono.
Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 31 | Categoria: Economia
“Os projectos de Angola e Moçambique estão mais avançados, tendo já duas linhas de crédito aprovadas pelo BAD recentemente no valor global de 70 milhões de dólares para apoiar as Pequenas e Médias Empresas nestes países através da banca comercial”, disse Mateus Magala a partir de Abidjan, a sede do banco.
“Estes projectos encontram-se estrategicamente alinhados com os planos nacionais de desenvolvimento de cada país, bem como com as cinco áreas prioritárias operacionais do BAD, as 'High 5' (iluminar e electrificar África, alimentar África, integrar África, industrializar África e melhorar a qualidade de vida das pessoas em África)”, acrescentou o responsável, não precisando quais são os projectos, em concreto, que terão financiamento ao abrigo desde modelo inovador de acompanhamento dos projectos nos países africanos lusófonos.
“De uma forma geral, foram identificados projectos potenciais estruturantes em todos os países-membros dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], nas áreas de infra-estruturas, agricultura, energia, saúde, finanças e indústrias no montante global de 3 mil milhões de dólares”, respondeu o banqueiro, quando questionado sobre os projectos concretos que serão financiados.
O Compacto Lusófono é um modelo inovador de financiamento deprojectos nos países lusófonos africanos, em que Portugal, que tem inscrita uma garantia de 400 milhões de euros no Orçamento do Estado para este ano, e o BAD desempenham um papel primordial no financiamento, preparação, acompanhamento e execução dos projectos.
“O BAD é o financiador principal deprojectos do Compacto Lusófono, através dos recursos alocados (disponibilizados) para os países e de alavancagens que faz através de parcerias com outros agentes económicos, incluindo o sector privado”, disse Mateus Magala quando questionado sobre quem financia, na prática, os projectos.
“A garantia de 400 milhões de euros disponibilizada pelo governo de Portugal irá mitigar o risco de projectos potenciais que envolvem alguma participação ou comparticipação portuguesa, alavancando os recursos existentes do BAD, até seis vezes para estes países, aumentando assim o número de projectos privados e parcerias público-privadas financiados pelo BAD nestes países”, explicou o vice-presidente do maior banco multilateral africano.
Para além disso, o BAD intervém também como angariador de financiamento, já que a participação do banco nos projectos diminui o risco percecionado pelos investidores, baixando assim, de forma genérica, o próprio custo dos investimentos e do financiamento.
"O BAD, através de sindicato, mobilizará recursos financeiros adicionais de outras instituições financeiras internacionais para financiarem projectos do Compacto; uma plataforma aceleradora é o Fórum de Investimento em África, que junta os investidores ao nível global, com os promotores com projectos estruturantes em África", trazendo outros parceiros, como "instituições financeiras de desenvolvimento africanas e não africanas como o Banco Europeu de Investimento", afirmou.
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