Presidente do Senegal apelou à calma depois de libertação de opositor

O Presidente do Senegal, Macky Sall, apelou hoje à calma no país, anunciando também um alívio no recolher obrigatório em vigor contra a covid-19, depois de vários dias de agitação que continua a atingir a capital, Dacar, apesar da libertação do opositor Ousmane Sonko.


Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 5 | Categoria: Politica


"Todos nós, juntos, vamos calar os nossos ressentimentos e evitar a lógica do confronto, que leva ao pior", disse Sall num discurso transmitido pela televisão nacional do Senegal e citado pela agência France-Presse (AFP).

Sall apelou também à justiça para "seguir o seu curso com total independência" no caso de Sonko, envolvido num processo de violação contra uma jovem mulher.

Depois de vários dias de agitação civil no país, marcados por pilhagens e saques numa cidade habitualmente considerada como um oásis de estabilidade na África Ocidental, a capital senegalesa foi hoje novamente cenário de novos confrontos entre jovens simpatizantes de Sonko e as forças de segurança.

Sonko, hoje libertado sob supervisão judicial, apelou hoje também a uma mobilização "muito maior", mas "pacífica", assinalando que há "uma revolução em curso".

Falando à comunicação social na sede do seu partido, e perante centenas de apoiantes que o aclamavam como presidente, Sonko defendeu que Sall já não é "legítimo para liderar o Senegal", tendo-se oposto a um derrube pela força e mostrando-se ansioso pelas eleições presidenciais previstas para 2024.

A detenção de Sonko, a 03 de março, originou três dias de confrontos entre jovens e as forças da lei, pilhagens e saque num país de 16 milhões de pessoas, geralmente considerado uma ilha de estabilidade política.

Pelo menos cinco pessoas foram mortas, com a imprensa a relatar números mais elevados, mas dificilmente confirmáveis.

Por seu lado, Sonko relata dez mortes, apontando Macky Sall como o "único" responsável.

A capital senegalesa acordou hoje, dia em que Sonko foi presente a tribunal, com veículos militares do exército nas ruas, no início de um dia de protestos de alto risco no país.

A área em redor do tribunal foi isolada e os veículos blindados posicionados nas proximidades, segundo um jornalista da agência AFP. Outros veículos blindados do exército, equipados com metralhadoras, foram colocados à entrada de um bairro popular que foi palco de confrontos na semana passada.

Sonko, que terminou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019 e se esperava que fosse um dos principais candidatos nas eleições presidenciais de 2024, foi oficialmente preso por perturbar a ordem pública quando se dirigia ao tribunal para responder a acusações de violação, apresentadas contra ele por uma empregada de um salão de beleza, onde ia receber uma massagem para aliviar as dores nas costas.

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