África do Sul Perde 3,5 MM$ Com Ilegalidades na Construção e Extorsão em Estaleiros

Desde 2019, as ilegalidades na construção interromperam mais de 180 projectos no valor de 3,5 mil milhões de dólares, afectando directamente a economia da África do Sul, revelou o vice-ministro das Finanças, Ashor Sarupen. O impacto da extorsão e dos grupos armados tem sido devastador para o sector da construção, com consequências em toda a infraestrutura do país.


Escrita Por: Administração | Publicado: 20 hours ago | Vizualizações: 66 | Categoria: Economia


Na quarta-feira (20), em Durban, durante a Cimeira Nacional da Construção, foi assinada uma declaração entre o Departamento de Obras Públicas e Infra-estruturas e várias partes interessadas para combater esta crise. A parceria envolve o Tesouro Nacional, a polícia e o Conselho de Desenvolvimento da Indústria da Construção, com o objectivo de acabar com a perturbação criminosa nos estaleiros. Sarupen descreveu como grupos armados têm invadido os estaleiros e exigido aos empreiteiros 30% do valor dos projectos. “Eles exigem 30% do valor do projecto ou impedem a continuação dos trabalhos, paralisando os estaleiros activos e extorquindo empreiteiros e subempreiteiros”, explicou. O vice-ministro associou estas acções à promessa feita no discurso do Estado da Nação de 2017, que reserva 30% dos contratos para as comunidades locais. “As empresas têm de pagar pela segurança externa e isso custa 4% do PIB. O efeito de não concluir projectos é ainda mais dispendioso” A extorsão no sector da construção está a prejudicar a prestação de serviços básicos em várias áreas. Segundo o Banco Mundial, os custos da extorsão representam 9,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da África do Sul. Sarupen detalhou que 2,7% desse valor corresponde apenas à extorsão directa e às interrupções geradas, enquanto 4% são gastos com segurança externa para proteger os estaleiros. Além disso, a interrupção de projectos tem causado atrasos em infra-estruturas críticas, como pontes, fundamentais para a conexão de comunidades. “As empresas têm de pagar pela segurança externa e isso custa 4% do PIB. O efeito de não concluir projectos é ainda mais dispendioso”, afirmou o responsável. Estas falhas na infra-estrutura social afectam directamente o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação. Sarupen também destacou que os crimes na construção têm causado o encerramento de muitas empresas, especialmente as de propriedade de negros. “As empresas enfrentam a escolha de pagar aos criminosos ou de apresentar queixas, mas muitas não denunciam por medo, levando as pequenas empresas à falência, pois não podem arcar com o tempo de paragem”, alertou. Medidas rigorosas estão a ser tomadas para proteger as infra-estruturas e impulsionar a economia sul-africana O ministro das Obras Públicas e Infra-estruturas, Dean Macpherson, afirmou que não haverá mais tolerância com a ilegalidade. “Estamos a tomar medidas decisivas para desmantelar os sindicatos criminosos que prejudicam os projectos críticos do país”, declarou Macpherson, comprometendo-se a enfrentar esta ameaça com acções mais contundentes. Apesar dos esforços para combater a criminalidade nos estaleiros, o impacto dos criminosos continua a ser um grande desafio para o desenvolvimento de infra-estruturas e da economia sul-africana.
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