Escassez de chips leva Hyundai e Genereal Motors a fazer cortes na produção

A indústria automóvel continua a ser uma das que mais sofre com a escassez global de chips. Como consequência imediata, a General Motors (GM) vai suspender a produção de carrinhas de médio porte numa das suas fábricas localizada no Missouri até 12 de abril e estenderá o encerramento de outra fábrica em Michigan.

Na Coreia do Sul, o Grupo Hyundai, que ainda não tinha sido afetado, diz que espera problemas na produção em abril devido à escassez de chips, segunda a “France 24”

A escassez de chips começou com a pandemia de Covid-19, à medida que países em todo o mundo implementavam medidas de confinamento para combater a propagação do vírus. Muitas fabricantes viram as vendas evaporarem à medida que medidas de saúde pública forçaram o encerramento de algumas fábricas. Como resultado, algumas dessas empresas cancelaram pedidos pendentes de chips.

À medida que a procura por novos veículos começou a aumentar, milhares de empresas que necessitavam de chips descobriram que levaria algum tempo até que os fornecedores destes dispositivos pudessem atender a novos pedidos, já que as fábricas de chips não tinham stock suficiente.

Em fevereiro, a GM disse que teve que interromper a produção em fábricas no Kansas, Canadá, México, Brasil e Coreia do Sul porque estava a dar prioridade a linhas de produtos mais lucrativas. Alguns desses encerramentos de fábricas vão continuar até abril, segundo a empresa. Ainda assim, a fabricante manterá a produção de camiões de tamanho “normal estável”, com algumas das carrinhas de caixa aberta (pickups) estão a sair da linha de produção sem um chip que permita aos seus motores V8 de 5,3 litros desativar certos cilindros para melhorar a eficiência de combustível.

A Hyundai até agora conseguiu evitar interrupções na produção, porque foi uma das fabricantes automóveis que não optou por cancelar encomendas de chips, tendo prioridade na entrega dos fornecedores. Passados alguns vezes, a fabricante sul-coreana admite que vai enfrentar uma escassez de chips em abril, levando a empresa a ajustar a produção de forma a dar prioridade aos seus veículos mais populares.

Outras fabricantes do sector automóvel também estão a dar prioridade aos seus veículos mais populares e lucrativos, como as pickups e SUVs, ainda que a grande maioria enfrente escassez de chips.

Para complicar ainda mais esta questão, uma fábrica japonesa de semicondutores – componente essencial para a produção de chips – da fornecedora automóvel ‘Renesas’ foi devastada por um incêndio na última sexta-feira, dia 19 de março. Dois terços da produção dessa fábrica eram destinados à indústria automóvel. Como consequência, poderão haver atrasos na produção da Toyota, que até agora rinha conseguido evitar interrupções.

Autoeuropa sofreu o mesmo mal

A Autoeuropa encerrou portas durante uma semana (22 a 28 de março) devido à falta de chips no mercado mundial. A paragem significa a não produção de cerca de 5.700 unidades.

“Como consequência do agravamento da escassez de semicondutores que afeta globalmente o sector automóvel, a Volkswagen Autoeuropa interromperá a sua atividade na próxima semana”, segundo comunicado divulgado esta quarta-feira, 17 de março, pela empresa.

Segundo uma carta interna enviada hoje pela Autoeuropa aos seus trabalhadores, estes dias de paragem serão contabilizados como “down days coletivos”, isto é, são dias de paragem, de não produção, com direito a receber salário.

A produção será retomada no turno da noite às 00h00 de 29 de março.