Município de Maputo Vai Alocar Mais de 20 M$ na Manutenção de Estradas em 2025
O mau estado e degradação evidentes na grande maioria das vias de circulação da cidade de Maputo, e arredores da capital, representa um desafio persistente e constante para a segurança do trânsito de veículos e de transeuntes, com a presença de buracos e o desgaste acelerado das vias, a dificultarem, e de que maneira, a mobilidade urbana na maior cidade do País. Com o objectivo de mitigar estes problemas, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) prevê direccionar, ao longo deste ano, cerca de 1,5 mil milhões de meticais (23,7 milhões de dólares) na reabilitação, manutenção e construção de estradas.
Escrita Por: Administração |
Publicado: 3 days ago |
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Categoria: Economia
Em declarações ao Diário Económico, o vereador do Pelouro de Infra-Estrutura e Salubridade, João Cristóvão Munguambe, indicou que os recursos serão aplicados com vista à melhoria da circulação urbana e à redução das condições degradadas das vias. Contudo, reconheceu que a deterioração acelerada da rede viária continua a representar um desafio. Segundo o responsável, as intervenções serão realizadas com base na urgência de cada caso e na disponibilidade orçamental.
De acordo com o vereador, os trabalhos em curso seguem três abordagens distintas: manutenção de rotina, que inclui a tapamento de buracos e pequenas reparações; manutenção periódica, que envolve o fresamento e a substituição da camada de asfalto; e construção de raiz, destinada a estradas cuja vida útil chegou ao fim.
Presentemente, decorrem obras de reabilitação em várias artérias, como a Rua da Beira e a Avenida Eduardo Mondlane. Já na Avenida Joaquim Chissano, embora a via apresente sinais de degradação, não há intervenções previstas para já, uma vez que está integrada no Projecto de Saneamento Urbano. Esta iniciativa contempla a instalação de manilhas para o escoamento de águas residuais em direcção à Estação de Tratamento de Infulene.
“Não faz sentido avançar com obras na Joaquim Chissano neste momento, dado que o projecto de saneamento implicará a abertura de toda a faixa de rodagem e das calçadas. Assim, optou-se por aguardar a sua conclusão antes de iniciar qualquer reabilitação”, explicou Munguambe.
A Avenida Marginal, uma das principais vias de acesso à cidade, também apresenta deficiências estruturais. A manutenção desta estrada está repartida entre a autarquia, que gere o troço entre a Marinha e o Hotel Radisson, e a empresa pública Rede Viária de Moçambique (REVIMO), responsável pela restante extensão da via, cuja conservação é financiada através da cobrança de portagens.
“A época chuvosa constitui um factor agravante, ao contribuir para a recorrente reabertura de buracos. Se uma estrada foi concebida para durar dez anos, e começa a apresentar problemas ao fim de sete, torna-se necessário assegurar a sua manutenção para que atinja o período previsto de vida útil”
Apesar do montante previsto para este ano, o município reconhece limitações de capacidade para intervir em todas as estradas em simultâneo. “Não é possível realizar todas as obras de uma só vez, dada a escassez de recursos”, afirmou o vereador, salientando que, mesmo após intervenções de reabilitação, algumas vias exigem manutenção regular devido ao desgaste natural e a falhas nos sistemas de drenagem.
A época chuvosa constitui um factor agravante, ao contribuir para a recorrente reabertura de buracos. “Se uma estrada foi concebida para durar dez anos, e começa a apresentar problemas ao fim de sete, torna-se necessário assegurar a sua manutenção para que atinja o período previsto de vida útil”, referiu.
Para fazer face a esta realidade, o município tem concentrado esforços na manutenção de rotina. Recentemente, foram tapados buracos em diversas avenidas, incluindo a Julius Nyerere, cuja camada de asfalto se encontrava em avançado estado de degradação.
Parcerias com o sector privado e o Banco Mundial
O CMCM conta com a colaboração de parceiros internacionais para viabilizar parte dos projectos em curso. O Banco Mundial está a financiar obras de drenagem, com destaque para a substituição de sistemas de escoamento na zona alta da cidade e para intervenções previstas na área da Baixa, que deverão começar ainda este ano.
O sector privado participa igualmente na execução de obras, mediante contratos obtidos por via de concursos públicos. Em algumas situações de emergência, determinadas empresas têm prestado apoio adicional.
Segundo explicou o vereador, a escolha das empresas responsáveis por determinados projectos pode estar condicionada pela origem do financiamento. Em casos em que os fundos provêm de países como a China, há situações em que os contratos são atribuídos a empresas desses mesmos países, em conformidade com as exigências dos financiadores.
“Se o financiamento chinês estipula que a execução deve ser feita por uma empresa chinesa, cabe ao município decidir se aceita essa condição ou se recusa os fundos”, declarou.
Munguambe referiu ainda que muitas das obras actualmente em curso foram planeadas há cinco ou dez anos. O responsável defendeu a necessidade de dar continuidade aos projectos iniciados por administrações anteriores, de modo a evitar atrasos e desperdício de recursos públicos.