Amazon's Ring trabalhou com mais policiais do que nunca em 2020

Mais de 1.189 policiais e bombeiros locais aderiram ao programa Portal de Vizinhos do Anel somente em 2020, de acordo com um relatório da Amazon encontrado pelo Financial Times, dando a um total de 2.014 agências governamentais acesso a uma das maiores redes privadas de vigilância do país.

O número de departamentos adicionados no ano passado foi mais do que o dobro dos 703 trazidos a bordo em 2019, e um aumento ainda maior dos 40 em 2018. As agências participantes agora abrangem quase todo os Estados Unidos, com a exclusão de apenas Wyoming e Montana.

O programa Portal de Vizinhos do Ring permite que a polícia solicite imagens de vigilância capturadas nas câmeras dos usuários, que são programadas para iniciar a gravação automaticamente sempre que for detectado movimento. Muitos detalhes sobre o programa Ring permanecem um mistério, já que a Amazon só admitiu ter acordos secretos com policiais em 2019 após um relatório do Motherboard. Além de dar aos policiais a capacidade de vigiar os cidadãos, o programa de denúncias de crimes do Ring também foi criticado por racismo galopante.

Em 2020 - um ano de manifestações sem precedentes em todo o país, Black Lives Matter contra a brutalidade policial que resultou na prisão de 10.000 (muitos não violentos) manifestantes - os departamentos solicitaram a filmagem de mais de 22.335 incidentes.

A Amazon gosta de defender o programa Vizinho, apontando que os usuários agora podem optar por não receber solicitações de policiais. Mas muitas das mais de 30 organizações de direitos civis que alertam contra os perigos do programa apontam que os usuários que negam aos policiais o acesso aos seus dados e filmagens ainda podem ser forçados a desistir por meio de intimações, ordens judiciais ou mandados de busca.

Na verdade, divulgações do próprio Ring revelaram que, em 2020, a polícia usou essas táticas para fazer 1.900 solicitações de dados e vídeos aos quais os usuários negaram explicitamente o acesso. A Amazon, que em última instância decide se cumpre ou não os pedidos da polícia, fez isso 57 por cento das vezes no ano passado. Isso é inferior aos 68 por cento das solicitações atendidas pela Amazon em 2019, mas também significa muito pouco quando o número de solicitações forçadas aumentou 150 por cento em 2020.

Pior ainda, um relatório da NBC de fevereiro do ano passado descobriu que havia muito poucas evidências que sugerissem que a parceria de Ring com a polícia tenha levado à resolução de muitos crimes. Então, por que se preocupar em desenvolver um programa tão controverso com tão poucos benefícios tangíveis?

O anel está longe de ser a única atividade de ladrões de bebidas do estado de vigilância da Amazon.

Como o repórter sênior da Mashable Tech Jack Morse explicou em julho, no auge dos protestos contra George Floyd, a Amazon anunciou que, "por um ano, a polícia não terá mais acesso à sua polêmica ferramenta de reconhecimento facial chamada Rekognition". Exatamente como uma breve pausa de um ano faria qualquer coisa para resolver os preconceitos embutidos na tecnologia de reconhecimento facial ainda está para ser visto