Governo Contrata Consultor Para Acompanhar Compra de Acções

O Governo revelou que já foi contratado um consultor que será responsável por acompanhar a compra das acções da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM). Em Fevereiro, o Executivo anunciou que iria alienar 91% das acções do Estado da companhia aérea através de negociação particular.


Escrita Por: Administração | Publicado: 7 hours ago | Vizualizações: 213 | Categoria: Economia


A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), a Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) foram autorizadas a adquirirem a participação estatal na transportadora. O valor estimado a ser arrecadado com a venda das acções do Estado (cerca de 130 milhões de dólares, 8,3 mil milhões de meticais) será destinado à aquisição de oito novas aeronaves e à reestruturação da empresa. Neste sentido, citado numa publicação feita nesta terça-feira, 29 de Abril, pela Agência de Informação de Moçambique, o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, explicou que as empresas já se reuniram em Assembleia-Geral, na qual aprovaram a aquisição das acções e analisaram o plano de negócios. Sem dar muitos detalhes, o governante não mencionou o nome do consultor contratado, mas clarificou que o mesmo está a auxiliar em todas as etapas. “O mais importante é evitar a ocorrência de contágio durante o investimento.” O Governo prevê alcançar estabilidade operacional para a LAM em três anos, após a venda das acções Segundo o ministro, enquanto decorre o processo de aquisição das acções, a LAM vai continuar a trabalhar e garantir os serviços essenciais, de modo a melhorar o seu desempenho, garantindo que a crise de aeronaves já foi resolvida. Há vários anos que a LAM enfrenta problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves. Dados apontam que, só em 2021, a LAM registou um prejuízo de mais de 1,4 mil milhões de meticais (21,7 milhões de dólares), em 2022 com 448,6 milhões de meticais (6,9 milhões de dólares), em 2023 com 3,9 mil milhões de meticais (60,5 milhões de dólares) e em 2024 com registo de 2,2 mil milhões de meticais (34,1 milhões de dólares). Nesta segunda-feira (28), o Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou que há “raposas e corruptos” dentro da empresa Linhas Aéreas de Moçambique, que possuem “conflitos de interesse” e que impediram a reestruturação da companhia de acordo com o previsto no plano dos primeiros 100 dias de governação. “Uma das acções de impacto que havíamos previsto para estes 100 dias era a aquisição de três aeronaves para a LAM. Entretanto, descobrimos que interessa a algumas pessoas que a transportadora continue a alugar aviões, porque assim haverá quem ganhe comissões”, detalhou o chefe do Estado. Todas as empresas já se reuniram em Assembleia-Geral, na qual aprovaram a aquisição das acções e analisaram o plano de negócios Recentemente, o Ministério Público (MP) fez saber que foi aberto um processo para investigar a contratação da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), que tinha como missão reestruturar a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) que apresenta, há anos, uma situação financeira critica. Em Abril de 2023, quando a Fly Modern Ark assumiu a gestão da companhia (cujo contrato findou em Setembro de 2024), reconheceu que a mesma tinha uma dívida estimada de 300 milhões de dólares e, ao longo dos trabalhos realizados, a entidade sul-africana denunciou esquemas de desvio de dinheiro na LAM, com prejuízos de mais de 3 milhões de dólares, em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não eram da companhia. Actualmente, a LAM transporta, em média, 915 passageiros por dia em rotas domésticas e regionais, mas a continuidade desse fluxo encontra-se comprometida, dada a insuficiência da frota e a fragilidade da sua estrutura operacional.
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