Fronteira de Ressano Garcia Reabre Com Prioridade Para o Abastecimento Alimentar e de Medicamentos

Esta medida surge numa altura em que o País enfrenta uma crescente escassez de bens essenciais e uma subida acentuada dos preços, afectando particularmente as regiões do Sul, onde a dependência de produtos importados é significativa. O encerramento temporário do posto fronteiriço deveu-se a actos de vandalismo que atingiram infra-estruturas das Alfândegas e da Migração, forçando a paralisação do fluxo de mercadorias. Durante este período, centenas de camiões ficaram retidos na fronteira, impossibilitando a entrada de bens perecíveis e prejudicando os importadores, que sofreram perdas significativas com a deterioração dos produtos. Nas cidades moçambicanas, os efeitos foram imediatamente sentidos. Em Maputo, muitos estabelecimentos comerciais reduziram a sua actividade ou encerraram temporariamente, o que provocou uma escassez de produtos alimentares essenciais. O mercado grossista do Zimpeto, uma referência no fornecimento de produtos frescos, foi um dos mais afectados, com os preços a aumentarem drasticamente devido à falta de abastecimento. Uma caixa de tomate, que anteriormente custava entre 200 e 350 meticais, viu o seu preço disparar para valores entre 750 e 1000 meticais, enquanto o preço da batata subiu para 600 meticais. Na província de Gaza, os mercados locais registaram uma diminuição da oferta de carapau e frango, bens de primeira necessidade para grande parte da população. O Governo, consciente da urgência de estabilizar o mercado, mobilizou uma equipa multissectorial para Ressano Garcia, com o objectivo de acelerar o processo de travessia e reposição de stock no País. O vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, sublinhou a prioridade do Executivo em assegurar que o País esteja devidamente abastecido para a quadra festiva, procurando minimizar o impacto da paralisação recente e combater a especulação de preços que agrava as dificuldades dos consumidores. Este esforço multissectorial visa também a normalização completa dos serviços fronteiriços, de forma que se restabeleça a confiança dos comerciantes e dos consumidores. Com a reabertura da fronteira, espera-se que o fluxo de mercadorias regresse gradualmente aos níveis habituais, garantindo a provisão de alimentos e medicamentos essenciais que, desde o bloqueio, escassearam nas principais cidades.