BdM: Exportações de Tabaco Renderam Mais de 210 M$ em 2024

Segundo o documento, trata-se do valor mais elevado registado em pelo menos cinco anos, ultrapassando os 154,2 milhões de dólares (9,7 mil milhões de meticais) exportados em 2023 e os 150,6 milhões de dólares (cerca de 9,5 mil milhões de meticais) registados em 2022. Segundo o banco central, este desempenho robusto foi impulsionado por um aumento de 63% no volume de vendas, num contexto de estabilidade dos preços internacionais do tabaco, uma das principais culturas de rendimento do País. No ano agrícola 2022-2023, Moçambique dispunha de uma área cultivada de 76 850 hectares, com uma produção total de 65 856 toneladas de tabaco, o que representou uma quebra de 15% em relação à campanha anterior. Para a campanha 2023-2024, o Governo previa uma expansão significativa da área de cultivo para 129 321 hectares, com uma produção estimada em 81 223 toneladas, reforçando a aposta do País nesta cultura para dinamizar as exportações e gerar rendimento rural. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 2023, indicava que Moçambique possuía a oitava maior área de cultivo de tabaco do mundo, com uma área estimada em 91 469 hectares, posicionando-se como o terceiro maior produtor da África — atrás do Zimbabué (112 770 hectares) e do Maláui (100 962 hectares). A nível da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Moçambique e o Brasil (com 357 230 hectares, a terceira maior área mundial) foram os únicos países mencionados no documento, que identificou os 50 principais produtores globais desta planta. Apesar da importância económica, o tabaco tem sido alvo de críticas crescentes e medidas políticas de contenção em vários países, devido aos seus impactos na saúde pública. Outrora considerada uma planta medicinal, o cultivo e comércio do tabaco continuam a gerar debate entre os sectores agrícola, económico e sanitário.